O "big bang" na era dos hippies

O levantamento da discografia dos MC5, explosiva banda rock de Detroit, para a compilação "The Big Bang! Best of the MC5" é a primeira tentativa séria de tirar esta seminal formação da semiobscuridade que sempre a envolveu e fazer as apresentações ao grande público. Trinta anos depois, e com a recomendação de muito boa gente no entretanto, estará finalmente o "mainstream" pronto para os aceitar?

Os MC5 são, a par dos Stooges de Iggy Pop, um dos cultos mais bem guardados do rock do final dos anos 60. Adorados por alguns e ignorados pela maioria que elevou ao estatuto de mitos os Doors ou Jimi Hendrix, os Rolling Stones ou Janis Joplin, os MC5 foram uma das mais breves mas luminosas aparições num final de década controversa e revolucionária. Mas três décadas depois, o "Big Bang" protagonizado pelos cinco de Detroit ainda reverbera nos tímpanos de muitos, simbolizando as contradições de uma época que já não pode ser repetida mas também um início da consciência política e libertária no rock'n'roll. Wayne Kramer, guitarrista sobrevivente da banda que tem agora editado o primeiro "Best Of" oficial, dá-nos o seu testemunho acerca de uma formação tão importante na mitologia de um certo rock'n'roll libertário. Do lado de lá da linha, a voz é serena e firme nas suas afirmações.WAYNE KRAMER - Acho que é o culminar do interesse que tem mantido o nome dos MC5 ao longo deste tempo. E é a oportunidade de toda uma nova geração ouvir a nossa música.

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