Torne-se perito

Dia histórico para a TVI

A televisão de José Eduardo Moniz conseguiu anteontem o que ainda recentemente parecia impossível: ultrapassar não só a RTP, como também a SIC, em audiências. O feito foi conseguido com a transmissão do programa "Há Festa no Hospital", graças ao qual obteve o seu maior "share" de sempre: 25,4 por cento. A RTP1 ficou-se pelos 24,1 por cento, a SIC não foi além dos 45,6 pontos. Um dia histórico para a TVI.

Com a transmissão de um longo espectáculo dedicado às crianças, emitido a partir do Hospital D. Estefânia, em Lisboa, a TVI conseguiu um feito inédito na sua história de sete anos: atingiu o mais alto "share" de sempre, 25,4 por cento. Na estação de José Eduardo Moniz a euforia é total. Por causa do "share" obtido - a RTP ficou-se pelos 24,1, a SIC alcançou os 45,6 -, mas também pelo bónus extra que os resultados apresentaram. Também pela primeira vez na história do canal, houve um período da transmissão do espectáculo, entre as 14h30 e as 18h00, em que a TVI ficou à frente de todos os canais, SIC incluída. "Percebo que seja um dia histórico para a TVI", diz Correia Pires, director de marketing da SIC, "é, de facto, a primeira vez que isto acontece". Mas Correia Pires encontra explicações concretas para o sucedido. "A programação da SIC durante a tarde é mais vulnerável e um programa desta natureza, envolvendo crianças, que seja bem feito e de longa duração, tem tudo para fazer estes resultados", acrescenta. "Há Natal no Hospital" apresentou um vasto número de artistas portugueses - desde João Pedro Pais, Adelaide Ferreira, Pedro e os Apóstolos, Milénio entre muitos outros - para além dos incontornáveis Batatoon e Batatinha, um sucesso retumbante entre as crianças.O facto de se tratar, como frisou Correia Pires, de um fenómeno "pontual", não retira nada do valor que a TVI dá ao sucedido. Tanto mais que se tratou de uma iniciativa que foi pensada um pouco em cima da hora e organizada no último minuto, dadas as dificuldades que a Televisão Independente teve em encontrar um hospital de crianças que pudesse acolher um espectáculo com a envergadura do "Há Natal no Hospital", que começou às 14 e acabou depois das 22 horas. Monteiro Coelho, director de Relações Exteriores da TVI, adiantou que "entre as 14h30 e as 22h15, a TVI esteve sempre à frente da RTP, à excepção do período entre as 20 e as 20h40 que coincidiu com o Telejornal na RTP1". Nos seus melhores momentos, a transmissão "Há Natal no Hospital" duplicou os resultados da SIC e triplicou os da RTP. O dia 14 de Dezembro representará, a partir deste ano, a data do Natal antecipado na Televisão Independente, que no passado dia 15 de Agosto bateu a televisão pública pela primeira vez, com um jogo de futebol. "Desta vez, não foi futebol", lembrou, exultante, Monteiro Coelho.Numa quadra natalícia que se anuncia excepcionalmente disputada em matéria de audiências, RTP e SIC agendaram para hoje o seu braço-de-ferro, programando ambas a emissão de uma gala alusiva à época. A televisão pública cumpre hoje o seu ritual anual de organizar uma festa nos hospitais dedicada aos que estão acamados e doentes. É assim Natal após Natal, de há 40 anos a esta parte. Mas este ano, SIC e TVI decidiram acabar com o monopólio da RTP. A televisão de Carnaxide coloca hoje no ar, às 13h45 (exactamente à mesma hora que a RTP), a primeira parte do espectáculo "As Mais Belas Canções de Natal", gravado no Coliseu dos Recreios no passado dia 22 de Novembro. São sensivelmente quatro horas de um espectáculo que foi visto por cerca de três mil idosos da área da Grande Lisboa. A partir das 22h30 e até à meia-noite, a SIC exibe a segunda parte da iniciativa, uma gala gravada no dia 23 de Novembro, apresentada por Bárbara Guimarães e Henrique Mendes, também no Coliseu dos Recreios, cujas receitas reverteram para a Igreja de Timor-Leste. Ao todo, são quase seis horas de uma emissão repartida por dois horários. A RTP, por seu lado, começa às 13h45 a transmitir o directo das sete horas e meia de espectáculo que constituem a edição deste ano do Natal dos Hospitais. Apresentada por Nicolau Breyner e Margarida Mercês de Mello, a maratona arranca no Hospital de Almada e conta com os contributos do Porto, Madeira e Açores. Uma retrospectiva de outras edições, quadros de revista à portuguesa, vários apresentadores ao longo do programa e a colaboração dos bonecos do "Contra-Informação" fazem as cabeças de cartaz da transmissão que tem rendido à televisão pública alguns dos seus melhores resultados em matéria de audiências. A supremacia da RTP neste particular pode bem estar agora ameaçada.

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