Missa privada para Kennedy Jr.

Independente há 24 anos, São Tomé e Príncipe não conseguiu ainda libertar-se da pobreza que atinge a maioria dos seus 130 mil habitantes. Mas as coisas estão a mudar, lentamente, num arquipélago com taxas de natalidade das mais elevadas do mundo e onde as crianças têm dez vezes mais probabilidade de morrer do que em Portugal. O planeamento familiar poderá ser uma arma eficaz neste combate.

Sem câmaras, gravadores ou jornalistas, as famílias de John Kennedy Jr. e Carolyn Bessette celebraram ontem, em Nova Iorque, uma "missa de vida" em memória do casal, uma semana depois de o avião no qual viajavam ter caído no mar ao pé de Martha's Vineyard, uma ilha no Massachusetts.Ao contrário do funeral da mãe de John Jr., Jacqueline Kennedy Onassis, em 1994, e do tio, o senador Robert F. Kennedy, em 1968, ambos em Manhattan, a cerimónia de ontem foi privada, numa igreja pequena e limitada a 315 convidados.Num serviço fúnebre de um Kennedy, e neste caso o único filho do mítico Presidente John F. Kennedy, assassinado em 1963, há sempre rostos familiares e conhecidos.Neste, porém, não foram os nomes de Hollywood, de costureiros célebres ou de estrelas pop que dominaram. Arnold Schwarzenegger estava presente, mas por ser casado com uma prima Kennedy; Muhammad Ali também, mas por ser o herói de criança de John Jr.; e o rapper Wyclef Jean, do grupo hip-hop Fugees, também, mas porque era amigo e foi convidado a cantar na cerimónia. Christiane Amanpour, a repórter-estrela da CNN, também estava, mas os dois eram amigos desde a universidade.John Kennedy Jr. lançou uma revista, a "George", e vivia em Nova Iorque de uma forma pública, preferindo andar de bicicleta ou de transportes públicos a limusines. Ao mesmo tempo fez sempre um esforço para ter privacidade, e quando a imprensa soube do seu casamento, já o casal estava na Turquia em lua de mel.Por isso, a sua irmã, Caroline, advogada e autora de dois livros sobre a primeira emenda da Constituição e privacidade, insistiu que só fossem convidados amigos, a maior parte dos quais rostos anónimos.Mas esta é também a família mais pública da América e uma família com uma longa história política. Além de alguns senadores, membros da Administração e de antigos Governos, o Presidente Bill Clinton, a sua mulher Hillary, e a filha Chelsea, foram convidados. Clinton, que contou muitas vezes como o seu encontro com o Presidente Kennedy, em 1963, o inspirou e motivou a entrar na vida política, ofereceu três álbuns com fotografias da visita de John Jr. e Bessette à Casa Branca, em 1998. Essa foi a primeira vez que Kennedy visitou a zona residencial como adulto. As cópias foram dadas ao senador Edward Kennedy, o patriarca da família, à irmã de John Jr. e aos Bessette.A cerimónia, na igreja de St. Thomas More, na Rua 89, entre as Avenidas Park e Madison, durou 90 minutos. A igreja, a cinco quarteirões do apartamento onde Kennedy Jr. cresceu, é a que Jacqueline Onassis frequentou durante anos e onde a filha Caroline baptizou os três filhos.O padre que celebrou a missa foi o mesmo que casou John e Carolyn, numa ilha na Georgia, em 1996, e o que, na quinta-feira, presidiu à missa de lançamento das cinzas de Kennedy, 38 anos, Carolyn, 33, e da irmã Lauren Bessette, 34, ao largo de Martha's Vineyard. Hoje à noite haverá uma cerimónia em sua memória.Embora prefira o enterro do corpo, a Igreja Católica americana permite a cremação. Continua, porém, a não autorizar o lançamento das cinzas no ar, impondo o lançamento de uma urna no mar. Desconhece-se a prática que foi usada.Do mesmo modo, a missa foi de "ressurreição" e não "funerária" porque os corpos não estavam presentes. Os rituais são praticamente iguais.Bloqueadas pela polícia a um quarteirão de distância e sem sequer conseguirem ver a entrada da igreja, centenas de pessoas esperaram durante horas antes de os convidados começarem a chegar, alguns desde as quatro da manhã.Numa cerimónia pública organizada na véspera pela comunidade católica de Little Italy estiveram mais de quatro mil pessoas.

Sugerir correcção