Prodi anuncia amanhã a sua equipa

A lista dos 19 novos comissários europeus só deverá ser divulgada oficialmente amanhã, mas a sua versão provisória já foi ontem divulgada por alguns jornais. Confirma-se assim que António Vitorino, o comissário português, ficará encarregue dos Assuntos Internos e da Justiça. As maiores manifestações de satisfação vieram de Londres, depois de se saber que Chris Patten, o último governador britânico de Hong Kong, será o comissário encarregue do alargamento da União Europeia. "Patten vai directamente para um lugar-chave da UE", noticiava o diário "The Guardian" na primeira página. A decisão de entregar esta pasta a Patten, recorda a Reuters, surgiu depois de um jornal britânico ter noticiado que a China vetara o nome do antigo governador de Hong Kong para a pasta do Comércio. Beijing não esqueceu as críticas que lhe foram dirigidas por Patten no passado.Apesar disso, a leitura que o "Guardian" faz do papel britânico na nova Comissão, presidida pelo antigo primeiro-ministro italiano, Romano Prodi, é quase eufórica. Para além de sublinhar que a Patten foi confiado "um dos maiores desafios que a UE vai enfrentar na próxima década", o jornal considera que o apoio dado pelo primeiro-ministro britânico Tony Blair a Prodi e a decisão de enviar dois "pesos-pesados" para Bruxelas "foi recompensada com dois dos dossiers mais influentes na Europa".O segundo comissário britânico é Neil Kinnock, que ficará responsável pelas relações com o Parlamento Europeu e pela reforma da União. As relações com o PE são neste momento particularmente delicadas porque foram os eurodeputados quem provocou a queda da anterior comissão, dirigida por Jacques Santer, acusada de envolvimento em casos de corrupção e abuso de poder. Por isso, continua o diário inglês, "os dois cargos britânicos distinguem-se numa Comissão que em termos gerais dificilmente consegue estar à altura das expectativas de Prodi ou ser uma equipa dos melhores e mais brilhantes da Europa". Isto explica-se pelo facto de a maioria dos países, depois de grandes negociações internas, ter acabado por enviar "nomes pouco conhecidos", enquanto Londres apostou em figuras conhecidas não só a nível interno, mas na cena internacional. A lista, ainda provisória e sem confirmação oficial, dos novos comissários é a seguinte:Itália: Romano Prodi - presidente; Mario Monti - FiscalidadeGrã-Bretanha: Chris Patten - Alargamento Europeu; Neil Kinnock: Relações com o Parlamento Europeu; Reforma da UEFrança: Jack Lang - Relações Externas; Yves-Thilbault de Silguy ou Michel Barnier - Política Regional (falta confirmação dos nomes por parte do Governo francês)Alemanha: Gunter Verheugen - Comércio; Michaele Schreyer - Investigação (os nomes dos comissários ainda não estão definitivamente confirmados por Bona)Áustria: Franz Fischler - AgriculturaBélgica: Philippe Busquin - União Económica e MonetáriaDinamarca: Poul Nielson - Desenvolvimento (notícia dada apenas pela imprensa dinamarquesa)Luxemburgo: Viviane Reding - Reforma InternaHolanda: Frits Bolkestein - ConcorrênciaFinlândia: Erkki Liikanen - DesenvolvimentoSuécia: Margo Waldstrom - AmbienteIrlanda: David Byrne - Não confirmado (só ontem é que o Governo irlandês anunciou oficialmente que o Procurador Geral Byrne seria o seu comissário)Espanha: Pedro Solbes - Não confirmado; Loyola de Palacio - Emprego/Mercado Interno (incluindo Indústria e Telecomunicações)Portugal: Antonio Vitorino - Assuntos Internos e JustiçaGrécia: Ana Diamontopoulou - Não confirmadoA primeira reunião informal da nova Comissão está prevista para o próximo dia 16 num castelo nos arredores de Antuérpia.

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