Motorizações superam estética

Pequenas alterações estéticas e uma nova gama de motores, incluindo um bloco a gasolina com injecção directa e 140cv, são as principais novidades na nova geração do Renault Mégane. O bem sucedido monovolume Scénic mantém o desenho actual e a carrinha que completará a gama só chega a Portugal em Setembro.

A Renault decidiu remodelar o Mégane para que este mantivesse a sua capacidade de sedução face aos modelos concorrentes. Em Portugal, país onde os automóveis são tributados conforme a capacidade do motor, a gama Mégane torna-se mais concorrencial, já que os motores mais procurados, 1.4 e 1.6 a gasolina, oferecem potências acrescidas e menores consumos, por um preço pouco superior. O propulsor 1.4 (95 cv) passa também a estar disponível nos modelos "coupé" e "cabriolet", substituindo vantajosamente o anterior 1.6 de 90cv, e tornando-os mais acessíveis.Na família Mégane há um membro que passa, por enquanto, incólume às modificações agora introduzidas e mantém o actual desenho. Trata-se do Scénic, que em 1998 representou 48 por cento das vendas da gama. Seguiu-se a berlina, com 33 por cento, o classic com 10,5, o coupé, com 6,5, e o cabriolet com dois por cento. Desde o lançamento da gama Mégane, em 1995, que a Renault anunciou uma "break". Esta versão, produzida na Turquia, tem, segundo a marca francesa, a maior bagageira do segmento e já está a ser comercializada em mercados como o alemão, mas só chega a Portugal em Setembro.Por fora, as modificações dos novos Mégane notam-se sobretudo na frente. As ópticas são agora em forma de pingo, integrando faróis duplos a partir do nível de equipamento RXE. A grelha foi dividida em duas metades, que ladeiam o emblema da marca, e estão integradas num "capot" mais arredondado. A dupla grelha tem um rebordo cromado nas versões mais equipadas, enquanto no coupé e no cabriolet é negra e tem um desenho tipo ninho de abelha.Os pára-choques surgem pintados e têm um novo formato à frente e atrás. Na traseira, há novos farolins monobloco. No classic (três volumes), o friso que liga os farolins é agora cromado (antes era negro). As jantes de 13 polegadas desapareceram, começando agora a oferta nas de 14 polegadas, estando as de 15 disponíveis como opção. A nova garantia anticorrosão é agora de doze anos.No capítulo da segurança passiva, a Renault, baseando-se em testes de colisão realizados pelo instituto EuroNCAP, garante que o novo Mégane está "entre os melhores veículos testados até agora" no seu segmento. O Mégane "II" inclui ainda de série "airbags" frontais e laterais. O interior tem novos revestimentos nos bancos e portas, painel de bordo com grafismo mais desportivo, e o topo do "tablier" foi redesenhado.Dos motores propostos, subsiste o anterior 1.4, com 75cv, como entrada na gama. Nesta unidade, a Renault introduziu uma nova injecção electrónica multiponto, o que permite consumir menos 0,7 litros por cada 100 quilómetros percorridos. O motor 1.4 16v, 95cv, generaliza-se a toda a gama Mégane, depois de em Janeiro ter feito a sua estreia no Scénic. Com este multiválvulas, um Mégane cinco portas atinge 184 km/h de velocidade máxima e consome 6,6 litros aos 100 em percurso misto. Estreado no Laguna em Abril de 1998, o propulsor 1.6 16v de 110cv, instalado no Mégane berlina, consome em trajecto combinado sete litros por cada cem quilómetros e atinge 195 km/h de velocidade máxima.A estreia absoluta ficou reservada para os Mégane Coupé e Cabriolet. Trata-se do novo 2.0ide 16v, 140cv, que substitui o anterior 2.0 16v, 150cv, e é o primeiro motor europeu a gasolina de injecção directa - tecnologia que foi introduzida pelos japoneses da Mitsubishi. Só que enquanto os pioneiros optaram por usá-la para aumentar a potência e baixar os consumos, na Renault optou-se por baixar os consumos e subir o binário, mesmo que sacrificando ligeiramente a potência. O torque máximo do novo propulsor é agora de 200 Nm às 4000 rpm, contra os 185 do antigo motor. Quanto a consumos, a marca francesa reivindica menos 1,5 litros aos cem. Num curto trajecto de montanha, o 2.0ide revelou um vigor e rapidez de resposta assinaláveis.A segunda geração do Mégane já está à venda e, com a motorização 1.4 16v, a versão de cinco portas (RTE) custa 3206 contos, enquanto no classic, com quatro portas, se somam mais 50 mil escudos. O Coupé custa 3516 contos, com equipamento "sport"; o cabriolet obriga a despender 4716 contos.

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