Sindicato garante que as universidades não estão a funcionar melhor depois dos cortes

O Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup) reagiu às declarações do ministro Nuno Crato e garante que houve uma degradação das condições no ensino universitário e de quem trabalha no sector.

Foto
A medida causou um problema às universidades e o Governo recuou PÚBLICO/Arquivo

Nos últimos anos o Ensino Superior perdeu 5% dos docentes e saíram investigadores e pessoal qualificado, diz o sindicato, acrescentando que muitos professores foram obrigados a dar mais aulas além das cargas máximas, que houve falhas na manutenção de equipamentos e instalações, e que foram adiados investimentos e foi impossível comprar bens necessários para o ensino e investigação. Um balanço do SNESup para responder à entrevista que o ministro da tutela deu na quinta-feira à RTP, na qual defendeu que as universidades estão a funcionar melhor, apesar dos cortes orçamentais a que foram sujeitas nos últimos anos.

António Vicente, presidente do sindicato, nega, e diz que onde o ministro refere "eficiência" compreende-se "instabilidade e cortes profundos, com efeitos bastante negativos em todo o sistema de Ensino Superior". Em comunicado o sindicato também diz que as declarações do ministro podem induzir em erro quando Nuno Crato "afirmou que a redução das transferências para as Universidades se verificaram a partir de 2009 (anterior Governo), não abordando a questão do financiamento para o Ensino Superior como um todo".

É que, acrescenta-se no documento, os dados oficiais revelam "uma ampla redução do financiamento" a partir de 2011 (Governo actual).
"Os dados da Direcção Geral do Orçamento e do Ministério das Finanças revelam que entre 2008 e 2010 houve um aumento das verbas para o Ensino Superior em 15%" e que "de 2011 para 2014 há uma queda de 31% nas verbas destinadas para o sector", garante o sindicato.

No comunicado o SNESup diz renovar o convite para se reunir com o ministro da Educação, para estudar formas de inverter a situação. Na entrevista à RTP o ministro da Educação e Ciência defendeu que o corte de até 1,5% previsto para o Orçamento do Estado de 2015 é um sinal de que as quebras de financiamento a que as instituições de ensino superior públicas têm sido sujeitas já estão a estabilizar, sublinhando que não podem continuar ao mesmo ritmo do que tem vindo a acontecer.

Sugerir correcção
Comentar