Pelo menos dez milhões de euros de prejuízos das cheias do primeiro domingo deste mês em Albufeira, no Algarve, serão cobertos por seguros.

Cerca de mil processos de sinistros foram abertos nos primeiros cinco dias após as cheias, segundo um balanço da Associação Portuguesa de Seguradores. Metade refere-se a danos em habitações. Aí, os valores reclamados somam 2,4 milhões de euros.

Comerciantes e industriais tiveram prejuízos mais elevados. Nos processos já abertos, os danos patrimoniais chegam a 7,8 milhões de euros.

Há ainda processos relacionados com 150 automóveis, no valor de 300 mil euros.

As seguradoras antecipam que ainda haverá mais sinistros a reportar, sobretudo por pessoas que possuem casas de férias na cidade. Com isto, os prejuízos cobertos por seguros deverão ser maiores do que os 10,5 milhões de euros já reclamados. “Tudo indica que o apoio da actividade seguradora às vítimas desta catástrofe se venha a estender muito para além desta ordem de grandeza”, refere a Associação Portuguesa de Seguradores, num comunicado.

O temporal transformou em autênticos rios várias artérias da cidade de Albufeira. Casas e estabelecimentos comerciais foram alagados, carros, móveis e outros objectos foram arrastados pela corrente. Uma pessoa morreu.

Alguns comerciantes reclamaram apoios do Governo. Mas foram recebidos com um puxão de orelhas pelo ministro da Administração Interna, João Calvão da Silva, que alertou para a necessidade de se ter seguros para situações como esta.

Segundo Calvão da Silva, as cheias foram resultado da “fúria demoníaca” da natureza. “Deus nem sempre é amigo”, disse o ministro, numa visita às zonas sinistradas na segunda-feira.

O Governo rejeitou um pedido da Câmara de Albufeira para a declaração do estado de calamidade pública.