Portugal não autorizou aterragem de avião com vítima do ébola por falta de pedido de emergência

Avião que transportava médica infectada pelo vírus rumo a Oslo precisava de reabastecer. A recusa, no caso português, ter-se-á devido à falta de condições de segurança do aeroporto da Madeira

Portugal e Marrocos negaram autorização para fazer escala nos seus territórios a um pequeno avião que transportava uma norueguesa infectada pelo vírus do ébola na Serra Leoa.

De acordo com a televisão espanhola Antena 3, o avião acabou por fazer escala na ilha Grande Canária, onde foi activado o protocolo de segurança para estes casos. Durante os 40 minutos em que o aparelho esteve no local, ninguém foi autorizado a sair do avião.

A norueguesa, uma médica de 32 anos que faz parte da organização Médicos Sem Fronteiras, é a primeira pessoa daquela nacionalidade a ser infectada com ébola, tendo sido retirada da Serra Leoa - um dos países mais afectados pelo vírus - num avião médico.

Depois de as análises terem dado resultado positivo, a mulher norueguesa iniciou uma longa viagem de repatriamento, para Oslo, mas a meio do trajecto o piloto alertou para a necessidade de reabastecer o avião.

Contactadas as autoridades portuguesas e de Marrocos, nenhum dos países terá dado autorização para o avião aterrar. No caso português, a recusa, segundo várias fontes contactadas pela Rádio Renascença, deveu-se à falta de condições de segurança do aeroporto da Madeira.

Depois de ter reabastecido, o avião que transportava a norueguesa reiniciou a viagem rumo a Paris, onde fez nova escala para se dirigir a Oslo, na Noruega. A médica está já no Hospital Universitário de Oslo, onde se mantém em ala isolada para tratamento.
 
Autoridades da aviação dizem que tentaram redirecionar avião para Lisboa

As autoridades da aviação civil esclareceram mais tarde que tentaram redireccionar o avião para Lisboa. "O gestor aeroportuário sugeriu que o reabastecimento fosse efectuado no aeroporto de Lisboa, por entender que o protocolo de saúde responderia melhor a este caso concreto, na eventualidade de se revelar necessária alguma intervenção", refere um comunicado do Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC), divulgado esta quarta-feira.<_o3a_p>

Rejeitando que o INAC tenha negado "qualquer aterragem de emergência", as autoridades salientam que a decisão foi "a mais adequada" e que visou "garantir a melhor resposta à escala técnica solicitada". De acordo com a informação divulgada, na segunda-feira à noite o avião endereçou um pedido de escala técnica aos aeroportos de Las Palmas (Espanha) e Madeira (Portugal).<_o3a_p>

"Registou-se um pedido para reabastecimento no aeroporto da Madeira, de um voo ambulância vindo da Serra Leoa em rota para Paris, com um passageiro norueguês infectado com o vírus Ébola", referem no comunicado, acrescentando que não foi invocada qualquer situação de emergência. Face à resposta do operador de aviação na Madeira, o piloto terá ponderado a distância (para Lisboa) e "optou por se dirigir para Las Palmas", adiantam ainda as autoridades portuguesas.<_o3a_p>

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Notícia actualizada com esclarecimentos do Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC). 
 

 

 
 

 

 
 

 

 

Sugerir correcção
Ler 4 comentários