Pneumonia em Portugal mata o dobro do que na UE

Doenças respiratórias são a terceira principal causa de morte, sendo responsáveis anualmente por cerca de 12 mil óbitos, a seguir às doenças cardiovasculares e aos tumores.

A taxa de mortalidade por pneumonia em Portugal é o dobro da média europeia, segundo um relatório apresentado nesta quinta-feira pela Direcção-geral da Saúde, que reconhece a necessidade de estudar as causas desta realidade.

Os dados de 2010 mostram que a taxa de mortalidade em pneumonia em Portugal era de 24,2 por 100 mil habitantes, quando na UE a 27 era de 12,9.

Cristina Bárbara, directora do Programa Nacional para as Doenças Respiratórias, adianta que os picos de internamento por pneumonia coincidem com a atividade gripal, mas admite que não se pode atribuir a elevada mortalidade exclusivamente aos casos de gripe.

Segundo a responsável, mais de 70% dos casos de morte por pneumonia ocorrem acima dos 65 anos, o que, em muitas situações, pode significar que a mortalidade pela doença se trata de casos de pneumonia de fim de vida.
Tal como Cristina Bárbara, também o director-geral da Saúde, Francisco George, apelou à vacinação contra a gripe, sobretudo nos idosos a partir dos 65 anos, como forma de evitar complicações, que podem ser traduzidas em pneumonias.

 A partir de 2008, os internamentos hospitalares por pneumonia registaram um “incremento notório e sustentado”, particularmente à custa das pneumonias bacterianas.

Numa comparação da mortalidade pela generalidade das doenças respiratórias na União Europeia, o relatório demonstra que Portugal apresenta a terceira maior taxa, depois da Irlanda e Reino Unido.

“Esta diferença decorre fundamentalmente da elevada mortalidade associada às pneumonias, uma vez que a mortalidade relacionada com a asma, com a doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) e com as neoplasias respiratórias é inferior à da UE”, indica o documento.

Cristina Bárbara vincou precisamente aos jornalistas que, ao nível da asma, Portugal “comportou-se muito bem” relativamente aos outros países, sendo aliás o caso que regista menos internamentos, um indicador de que a doença está a ser bem controlada.

Em Portugal, as doenças respiratórias são a terceira principal causa de morte, sendo responsáveis anualmente por cerca de 12 mil óbitos, a seguir às doenças cardiovasculares e aos tumores.

Uma análise da produção hospitalar a nível nacional revela que as doenças respiratórias são a quinta principal causa de internamento hospitalar e traduzem-se na principal causa de mortalidade nos hospitais.
 
 

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