Número de incêndios e área ardida são os mais elevados da última década

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Os distritos do Porto, Aveiro, Braga, Vila Real e Viseu foram os mais fustigados até 15 de Junho Foto: Nelson Garrido

A área ardida e as ocorrências de incêndios florestais registaram este ano os valores mais elevados da última década, no período até 15 de Junho, revelam os dados provisórios da Autoridade Florestal Nacional (AFN).

O relatório provisório de incêndios florestais da AFN indica que, entre 1 de Janeiro e 15 de Junho, se registou um total de 10.737 ocorrências de fogo que resultaram em 34.135 hectares de área ardida.

O documento salienta que o total de ocorrências e a área ardida registados até 15 de Junho mostra que, em 2012, o número contabilizado “é superior aos valores registados em qualquer um dos dez anos anteriores”.

Em comparação com o mesmo período de 2011, as ocorrências mais do que duplicaram e a área ardida mais do que quadruplicou.

Segundo o relatório, a maioria das ocorrências de fogo registaram-se em Fevereiro e Março – 3870 e 4456 respectivamente –, sendo também nesses meses que os incêndios consumiram mais área ardida, designadamente 11.960 hectares, em Fevereiro, e 20.243, em Março.

“Os elevados valores do número de ocorrências e correspondente área ardida registados nos meses de Fevereiro e Março devem-se, em parte, ao facto de Portugal ter estado em situação de seca (severa e extrema) em quase todo o território continental e em grande parte do período entre Janeiro e Abril”, refere o documento.

Em contrapartida, a partir de Abril os valores de área ardida foram substancialmente inferiores às médias mensais da última década.

Os primeiros 15 dias de Junho foram registadas 447 ocorrências, quase metade da média dos últimos 10 anos, e 183 hectares de área ardida – cerca de 8,6% da média do decénio para as duas primeiras semanas de Junho.

Os dados provisórios adiantam também que, entre 1 de Janeiro e 15 de Junho, o maior número de ocorrências registou-se no distrito do Porto, com 2109, seguindo-se Aveiro, Braga, Vila Real e Viseu, com mais de um milhar cada um.

Nestes distritos, a maioria das ocorrências correspondeu a fogachos, ou seja, a área ardida não ultrapassou um hectare.

No que respeita à área ardida, dos 34.135 hectares contabilizados até 15 de Junho, cerca de 40% ocorreu nos distritos de Braga, 7768 hectares, e Bragança, 5839.

O relatório diz ainda que este ano já deflagraram 58 grandes incêndios, em que a área total afectada é igual ou superior a 100 hectares.

A época mais crítica em incêndios florestais, conhecida por “fase Charlie”, começa a 1 de Julho.

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