Mais de 90% das escolas com classificações de “Bom” ou “Muito Bom”

Relatório sobre a avaliação externa das escolas no último ano lectivo revela bom desempenho da generalidade dos estabelecimentos.

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Ao todo foram avaliados 153 agrupamentos de escolas e 78 escolas não-agrupadas Paulo Pimenta

Mais de 90% dos 231 agrupamentos de escolas e escolas não-agrupadas sujeitos a avaliação externa no ano lectivo 2011/2012 receberam classificações de “Bom” e “Muito Bom” em cada um dos três domínios analisados – Liderança e Gestão, Resultados e Prestação do Serviço Educativo.

De acordo com o relatório da Inspecção-Geral da Educação e Ciência (IGEC), o domínio da Liderança e Gestão foi que se destacou pela positiva. Foi o único em que a classificação de “Muito Bom” (obtida por mais de metade das escolas, 51,1%) prevaleceu sobre todas as outras e em que se registaram dois “Excelentes” (0,9%). Neste domínio, 40,2% das escolas ou agrupamentos obtiveram “Bom” e 7,8 “Suficiente”. Não se registou qualquer “Insuficiente”.

No que respeita ao item Resultados, a avaliação foi, em termos genéricos, a menos positiva. Ainda assim, a maior parte das escolas obteve a classificação de “Bom” (67,1%) e cerca de um quarto (23,4%) conseguiu o “Muito Bom”. Registou-se um “Insuficiente” (o único, em todo o estudo) e a mais alta percentagem de classificações de nível “Suficiente” (9,1%).

No domínio da Prestação do Serviço Educativo, a classificação de “Muito Bom” foi atribuída a mais de um terço das escolas avaliadas (34,7%) e 59,7% obtiveram “Bom”. A classificação de “Suficiente” foi dada a 5,6% das escolas.

No relatório relativo a este segundo ciclo de avaliação externa, a IGEC informa que o processo envolveu 80 inspectores e 66 peritos externos, na sua grande maioria docentes e investigadores do ensino superior. Também esclarece que os resultados obtidos não podem ser considerados representativos da totalidade das escolas, apesar da distribuição regional ser “bastante equilibrada”. Aquela impossibilidade resulta, segundo é adiantado pelos relatores, dos critérios de selecção dos 153 agrupamentos de escolas (de um total nacional de 787, naquele ano) e 78 escolas não-agrupadas (de entre as 283 naquelas condições, no ano lectivo em causa).

A escolha recaiu sobre as escolas ou agrupamentos avaliados em 2005/2006 pelo Grupo de Trabalho para a Avaliação (com contrato de autonomia, na quase totalidade) e avaliados pela IGE nos anos lectivos de 2006/2007 e 2007/2008, com prioridade para os que tiveram classificações mais baixas. De entre aqueles foram ainda seleccionadas as escolas que não tinham sido entretanto agrupadas e os agrupamentos que se tinham mantido com a mesma orgânica e onde não estavam a decorrer intervenções da Parque Escolar.

A avaliação incidiu sobre os três domínios referidos, cujo âmbito é pormenorizado no relatório. Ali se esclarece que, no domínio dos Resultados, estão incluídos os resultados académicos (que incluem itens como qualidade do sucesso e os níveis de abandono e desistência), os sociais (em que são tidos tem conta aspectos como a disciplina e as formas de solidariedade) e o reconhecimento da comunidade (avaliado pelas formas de valorização dos sucessos dos alunos e pelo contributo da escola, por exemplo).

O domínio da Prestação do Serviço Educativo, pode ler-se, integra aspectos como o planeamento e articulação (em que são tidos em conta a abertura do currículo ao meio ou o trabalho cooperativo entre docentes, por exemplo); as práticas de ensino (em que são considerados, entre outros aspectos, a adequação das actividades às capacidades e aos ritmos de aprendizagem das crianças e o recurso a metodologias activas e experimentais); e a monitorização e avaliação do ensino e das aprendizagens (em que são avaliados itens como a eficácia das medidas de apoio educativo ou prevenção da desistência e do abandono).

O domínio Liderança e Gestão inclui, no que respeita ao primeiro aspecto, a avaliação de itens como o fomento do sentido de pertença e de identificação com a escola, a valorização das lideranças intermédias e o desenvolvimento de projectos, parcerias e soluções inovadoras. A capacidade de gestão é avaliada com base em dados como os critérios de constituição dos grupos e das turmas e os de elaboração de horários e de distribuição de serviço ou a avaliação do desempenho e gestão das competências dos trabalhadores. Faz parte deste domínio a capacidade de “auto-avaliação e melhoria”.
 

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