Joseph Fritzl planeou encarcerar a filha durante seis anos

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Oito portas separavam Elisabeth, cativa nesta casa, do resto do mundo Herbert Neubauer/Reuters

O terror do cenário construído por Josef Fritzl, onde o austríaco encarcerou e abusou da própria filha durante 24 anos não para de surpreender os investigadores. Os últimos dados do estudo do cárcere de Elisabeth revelam agora que os planos de Fritzl para a construção do cárcere podem ter sido iniciados em 1978, desde que Elisabeth tinha apenas 12 anos.

Segundo a equipa de investigação oito portas separavam Elisabeth do mundo. Fritzl terá pensado tudo para que a cave da casa onde sempre viveu, em Amstetten, a oeste de Viena fosse uma espécie de prisão de alta segurança.

Depois dessas oito portas, metálicas e electronicamente controladas (uma delas pesava meia tonelada), começava o terror, o cenário onde Fritzl manteve cativa a filha e a engravidou por sete vezes. Um dos bebés terá morrido com três dias. Três das seis restantes crianças foram criadas em cativeiro e as outras três na casa de Fritzl e da mulher, entre cartas falsas de Elizabeth onde esta, supostamente desaparecida desde os 18 anos, escrevia à mãe a pedir-lhe para tomar conta dos seus filhos.

O responsável da cadeia onde Joseph Fritzl está preso afirma que o homem está bem, tem um companheiro de cela e se recusa a fazer exercício. O seu advogado, um conhecido advogado austríaco chamado Rudolf Mayer, já avançou que, apesar da premeditação com que Fritzl levou a cabo os seus planos, vai invocar insanidade do cliente assim que o caso for a tribunal. “Na minha opinião trata-se de um homem doente, que não é responsável pelos seus actos e que não deve estar numa prisão mas numa instituição psiquiátrica”.

Esta semana é esperada a primeira entrevista dos procuradores públicos a Fritzl. Algo que os responsáveis pela acusação admitem que não vai ser fácil, dada a natureza dos crimes de que o homem de 73 anos é acusado. Os investigadores dizem que ainda não se podem pronunciar sobre o estado psicológico de Fritzl a esta altura da investigação.

“O que este homem fez está para lá da compreensão humana”, disse à BBC News Franz Polzer, coordenador da equipa de investigação.

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