Inundações fazem desalojados no Porto

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Prevê-se para hoje à tarde o agravar da situação climatérica Paulo Novais/Lusa

Várias famílias ficaram desalojadas hoje de madrugada devido a inundações provocadas pela chuva intensa que assolou a região do Porto, provocando também muitas quedas de árvores e desmoronamento de muros.

Uma família da zona das Fontaínhas, no Porto, teve que abandonar a sua casa esta noite, segundo apurou a Lusa junto da protecção civil e corporações de bombeiros, como medida de precaução contra as "fortes enxurradas e inundações" que se fizeram sentir no Porto. Também no concelho de Gaia, na freguesia da Madalena, nove pessoas ficaram desalojadas devido à subida das águas de um ribeiro que passa naquela localidade. Segundo os Sapadores de Gaia, "as águas subiram mais de um metro, num curto espaço de tempo" e mais famílias poderão ficar desalojadas porque existem outros ribeiros prestes a transbordar.
A Junta de Freguesia de Fanzeres, Gondomar, ficou também inundada.
Os bombeiros do Porto e de Gaia receberam esta noite várias dezenas de chamadas, principalmente a partir das 03h00. O temporal que abalou a invicta provocou o desmoronamento de muros, quedas de árvores, inundações de habitações e da via pública.
Já esta manhã o trânsito foi interrompido nas marginais das duas cidades nortenhas.
A Avenida Gustavo Eiffel, entre a Ponte D. Luís I e o Freixo, no Porto, foi cortada ao tráfego devido ao desmoronamento de terras e pedras da escarpa dos Guindais. De acordo com a Divisão de Trânsito da PSP do Porto, também a marginal de Gaia está encerrada, entre o Largo Luís I e o Largo da Aljubarrota, devido ao aluimento do pavimento e acumulação de lixo originado pelas enxurradas.
Também a Norte a circulação ferroviária encontra-se neste momento suspensa na Linha do Tâmega, entre as estações de Liberação e Santo Isidoro, devido à queda de uma barreira, disse hoje à Lusa uma fonte da CP. A empresa está a efectuar o transbordo rodoviário entre as duas estações, mas, de acordo com a mesma fonte, a circulação entre Santo Isidoro e Amarante "está a efectuar-se normalmente".
No Grande Porto, a ligação Santo Tirso-Guimarães está a ser feita mais lentamente, devido à forte chuva que assola a região norte do país.

Situação no Baixo Mondego está calma

A situação no Baixo Mondego está calma, ao contrário do que se temia, mas a Protecção Civil continua em alerta pois chove com intensidade desde as 07h00 horas de hoje.O coordenador distrital da Protecção Civil de Coimbra, Paulo Palrilha, afirmou à Lusa que "a situação foi calma durante a noite e assim se mantém", embora esteja a chover.
De prevenção continuam dezenas de bombeiros, fuzileiros e militares nas localidades do concelho de Coimbra, onde há maior risco de inundações.
A Barragem da Aguieira tem efectuado "descargas normais" e de madrugada encontrava-se a 61 por cento da sua capacidade de enchimento, precisou o responsável, prevendo que se registem apenas "algumas pequenas inundações urbanas".
Na região de Águeda, também não se registaram problemas apesar da chuva intensa.
Em Lisboa, o vento forte está a condicionar a circulação nas duas principais travessias rodoviárias do rio Tejo.
Na Ponte Vasco da Gama, "o vento está a soprar a uma velocidade de 57 quilómetros por hora", disse à Lusa uma fonte da Lusoponte, no Montijo. Para já, a concessionária da travessia fixou o limite de velocidade em 80 quilómetros horários, embora a ponte esteja aberta à circulação de todos os veículos.
"Só a partir de rajadas de 90 km/hora é que condicionamos a circulação a veículos de caixa aberta, motociclos e veículos com lonas", acrescentou a mesma fonte.
Na Ponte 25 de Abril, a situação também está calma, sem maiores complicações além das sentidas diariamente pelos automobilistas às horas de maior movimento.
Entretanto, as barras marítimas de Caminha, Viana do Castelo e Figueira da Foz estão encerradas à navegação devido ao mau tempo enquanto as do Douro, de Setúbal e de Aveiro se encontram condicionadas.
O Instituto de Meteorologia prevê para hoje ondas de cinco a seis metros na costa ocidental portuguesa e de 3,5 a 4,5 metros na costa sul.

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