Hospitais são bons, mas cardiologia ainda tem poucas notas máximas

Avaliação da Entidade Reguladora da Saúde conclui que mais de um em cada cinco hospitais cumpre critérios de excelência clínica.

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Em 2012 saíram menos cerca de 150 utentes por dia nos hospitais Paulo Pimenta

A cardiologia e a pediatria continuam a ser as áreas com resultados menos bons na avaliação periódica de hospitais feita pela Entidade Reguladora da Saúde (ERS). Apesar de mais de 80% dos 163 hospitais avaliados cumprir os critérios de qualidade em termos de excelência clínica, de acordo com o Sistema Nacional de Avaliação em Saúde (SINAS) divulgado esta segunda-feira, uma análise mais fina revela que ainda há várias áreas, como o acidente vascular cerebral (AVC), o enfarte agudo de miocárdio, os cuidados de saúde neonatais e a pneumonia em pediatria, em que são poucos os hospitais que conseguem obter a classificação máxima (nível III).

Também no que se refere à segurança, nomeadamente aos chamados eventos adversos, há algumas áreas e procedimentos em que escasseiam os hospitais com a classificação superior. É o caso das fracturas da anca no pós-operatório, em que a maior parte das unidades detém uma classificação intermédia (II) e das infecções no pós-operatório, em que a maioria dos hospitais que enviaram dados (41) obtém a classificação inferior (o nível base, qualidade I).

O SINAS avaliou 163 hospitais dos sectores público, privado e social que voluntariamente decidiram submeter-se a esta análise da qualidade global do internamento (que é feita ERS desde 2010). Estes últimos resultados basearam-se nos episódios de internamento com alta entre 1 de Janeiro e 31 de Dezembro de 2013.

Na excelência clínica, 130 das 163 unidades, ou seja 82%, demonstraram cumprir os critérios de qualidade estipulados, conseguindo assim uma estrela correspondente ao primeiro nível de avaliação. Do total, apenas sete não conseguiram esta estrela, mas houve 17 unidades que não enviaram dados, ou seja, declinaram ser avaliados (vários especialistas e profissionais de saúde têm criticado esta forma de análise e alguns hospitais preferem não  enviar dados).

Numa síntese sobre estes últimos resultados, a ERS destaca que, no que se refere à excelência clínica, observou-se um aumento das unidades que tiveram nível máximo de qualidade nas áreas de ortopedia, cirurgia de ambulatório e ginecologia, em comparação com a avaliação anterior, que foi divulgada  em Junho deste ano. Mesmo assim, nem metade das unidades apresentou o nível de qualidade III (superior) na ortopedia 46% na ortopedia, 44% na cirurgia de ambulatório e 27% na ginecologia.

A ERS avaliou também a dimensão da segurança do doente em 162 hospitais, e aqui 76% demonstraram cumprir os critérios de qualidade exigidos, obtendo a estrela do primeiro nível de avaliação.

Comparando com a avaliação realizada no ano passado, a ERS conclui que há um aumento do número de prestadores que se submeteram à avaliação, bem como um acréscimo dos que atingiram o primeiro nível de avaliação nos seguintes critérios: segurança do doente (mais 9%); adequação e conforto das instalações (mais 22%); focalização no utente (mais 31%) e satisfação do utente (mais 24%).

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