Hospitais públicos com menos 430 camas em três anos

Portugal tem menos camas hospitalares por mil habitantes do que a média da OCDE.

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PÚBLICO/Arquivo

Primeiro fecharam e depois, reagindo à pressão da crise dos serviços de urgência sobrelotados neste Inverno, os responsáveis do Ministério da Saúde decidiram reabrir (temporariamente) 569 camas em hospitais para responder à procura acrescida. Porém, entre 2012 e Outubro de 2014 (últimos dados oficiais disponíveis), tinham sido encerradas 430.

Em 2012, segundo números avançados pela OCDE, Portugal já tinha menos camas para internar doentes do que a média dos países da organização (3,4 por mil habitantes contra 4,8), mas uma das recomendações da troika no sector da saúde passava pelo fecho de mais camas e pela reorganização hospitalar.

A redução de camas foi acompanhada por uma queda  de internamentos (de 844 mil em 2012 para 687 mil no ano passado). Os responsáveis do Ministério da Saúde têm ressalvado que é preciso incluir nestas contas o aumento de 1249 camas na rede de cuidados continuados integrados verificado desde 2012. Mas até este número fica longe do ambicionado por Paulo Macedo, que para 2013 tinha prometido 1100 camas e que chegou a prever abrir mais de 2200, em 2012.

Aliás, as metas iniciais da rede de cuidados continuados para 2016 foram revistas logo em 2012 – de 15 mil camas para pouco mais de 11 mil.  Note-se ainda que nas camas de cuidados continuados só as que são destinadas à convalescença são pagas integralmente pelo Ministério da Saúde. As de média e de longa duração são pagas em parte pelos próprios utentes, de acordo com os seus rendimentos.

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