Família de criança que morreu após parto em Badajoz vai pagar trasladação
Duas crianças portuguesas nasceram em Badajoz, na sequência do encerramento do bloco de partos de Elvas, mas uma das crianças faleceu, vítima de malformação. Os familiares queixam-se de terem agora de pagar os custos da trasladação do corpo da menina para Portugal.
Segundo noticia hoje o "Correio da Manhã", a filha de Francisca Oliveira nasceu ontem às 12h00 portuguesas em Badajoz, graças ao protocolo estabelecido entre o Hospital Infanta Cristina e o Ministério da Saúde português. Foi a segunda criança de Elvas a nascer em Espanha após o protocolo da tutela.
A criança sofria de malformação ao nível da estrutura óssea da cabeça e tinha problemas respiratórios e de visão, segundo disse fonte hospitalar ao diário. Viria a falecer durante a tarde.
O protocolo que viabiliza a realização de partos de residentes em Elvas na maternidade do Hospital Infanta Cristina, em Badajoz, é omisso no que toca ao pagamento das despesas em caso de morte da criança ou da mãe. O custo da trasladação de um corpo de Espanha para Portugal custa mais de 750 euros, indica o "Correio da Manhã".
Um tio da criança, João Grilo, queixou-se em declarações ao "Correio da Manhã" de que a cunhada "nunca foi seguida como devia ser por causa do encerramento". "Poucos exames lhe fizeram", queixou-se o familiar.
Quanto às queixas contra a maternidade de Elvas, a mesma fonte hospitalar espanhola disse que os pais conheciam a situação da criança através de exames prévios realizados no Hospital de Elvas, gerido pela Fundação Mariana Martins, e adiantou que mesmo que o bloco de partos português estivesse a funcionar o parto seria realizado em Espanha por motivos de segurança.
Uma outra familiar da parturiente confirmou ao jornal que os pais estavam avisados de que a criança "podia nascer com problemas" devido a uma queda da mãe aos seis meses de gravidez.