Ex-presidente do BCP lidera Movimento dos Reformados Indignados

Filipe Pinhal está reformado pela instituição e foi, durante o processo de saída, acusado de receber uma reforma milionária.

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Filipe Pinhal queixou-se do corte na sua pensão Ricardo Brito

O ex-presidente do Banco Comercial Português (BCP) Filipe Pinhal vai liderar o Movimento dos Reformados Indignados (MRI), a ser apresentado em Lisboa na próxima terça-feira, anunciou a organização.

Em comunicado, o novo movimento refere que será presidido por Filipe Pinhal “em conjunto com o SNQTB – Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários”, representado por Afonso Diz, e vai “tomar posição face à situação de profunda crise social vivida pelo país e aos ataques que o Governo está a fazer aos reformados”.

O MRI está contra a “famigerada taxa CES [contribuição extraordinária de solidariedade], que constitui um instrumento de espoliação dos reformados e pensionistas”. Esta contribuição especial é obrigatória para pensionistas que recebam acima de 1350 euros, numa percentagem que aumenta à medida que aumenta o valor da pensão.

O movimento adianta que, com a presença da troika (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu) em Portugal, “com um desemprego crescente e uma crise social sem precedentes”, pretende chamar a atenção “para os ataques que estão a ser feitos aos reformados bancários, retirando-lhes diariamente os instrumentos sociais de sobrevivência e fustigando-os com taxas e impostos incomportáveis para a classe”.

O ex-presidente do BCP está reformado pela instituição e foi, durante o processo de saída, acusado pelo empresário Joe Berardo de receber uma reforma milionária, renegociada em Outubro de 2010 para que fosse reduzida.

Filipe Pinhal foi, durante anos, administrador do BCP e mais tarde presidente da instituição, saindo após o escândalo das offshores do próprio banco, alegadamente para manipular as acções do BCP em bolsa. Esta é uma acusação feita a Filipe Pinhal e outros administradores em vários processos, nomeadamente pela Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), em que foi condenado e recorreu, com o julgamento a decorrer, e pelo Banco de Portugal, em que recorreu para o Tribunal Constitucional.
 

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