Estudo diz que para jovens “é mais fácil escrever que falar”

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MSN, Google, Hi5 ocupam mais espaço que a televisão, que deixou de ser atractiva Enric Vives-Rubio (arquivo)

Os jovens dos 12 aos 25 são “a geração que passa mais tempo com tecnologias do que com pessoas”. Quem o diz é a Publicis, uma agência de publicidade, que tem vindo a elaborar estudos sobre vários sectores sociais. Já o fez sobre as mulheres, sobre os homens, e agora lança o estudo Tweens, sobre jovens. Este estudo defende a tese de que a tecnologia permite aos jovens “obter e partilhar momentos e experiências com o mundo” e que isso colmata a sua grande necessidade de partilhar com os amigos tudo o que lhes acontece, a todo o momento.

Através da análise de artigos de imprensa e internet e de entrevistas a dez jovens que reportaram o seu dia-a-dia durante uma semana, concluíram que, hoje em dia, “é mais fácil para os jovens ler e escrever, do que falar e ouvir”. Através dos telemóveis e da internet, desenvolveram uma dificuldade na comunicação verbal e estão mais à vontade em conversar com as teclas.

O telemóvel foi mesmo considerado “o novo carro”. Ou seja, ganhou o significado que o automóvel tinha para a geração anterior: o da liberdade. Hoje ganha independência quem tem telemóvel.

MSN, Google, Hi5 ocupam mais espaço que a televisão, que deixou de ser atractiva. Jornais e revistas também são pouco lidas. No topo das preferências estão o jornal gratuito Metro e a revista masculina FHM. São, então, necessárias novas formas de publicidade, já que os jovens não recorrem aos meios tradicionais. Blogs (48 por cento escreve num) ou jogos de computador são opções.

Quanto à moda, desde sempre tão associada às preocupações desta faixa etária, o estudo apresenta uma alteração: hoje em dia “impera o estilo único”, a diferenciação, e menos a preocupação em parecer igual aos pares. Por isso, as lojas não podem apenas inspirar-se nos jovens, mas ter a capacidade de os inspirar, de lhes dar novos elementos para que eles renovem a sua imagem.

A atitude em relação ao desporto também parece estar a mudar. O motivo para o praticar já não é bem estar ou preocupação com o corpo, mas a “diversão, expressão e procura de adrenalina”. Assim, pratica-se actividades como o surf, o kitesurf, skate ou a capoeira.

O estudo diz, ainda, que os jovens “não se interessam por política nem pretendem votar”, mas que são motivados e envolvem-se em causas, como o “aborto, ambiente, a paz”. Ficam até mais tarde em casa, o que lhes valeu a classificação de “geração de atadinhos”.

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