Daniel regressou a casa oito dias depois de alegado rapto na Madeira

Hospital do Funchal deu alta a bebé de 18 meses que esteve três dias desaparecido.

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A casa de onde a criança desapareceu na última semana Miguel Manso

A criança que esteve desaparecida durante três dias na Madeira regressou Funesta segunda-feira a casa, oito dias depois do alegado rapto. Daniel, de apenas 18 meses, tinha a esperá-lo a sua irmã Marina, ansiosa pelo reencontro.

A equipa médica concluiu que o menino se encontrava completamente recuperado e em condições de regressar à sua residência, no Estreito da Calheta, ilha da Madeira. A decisão foi previamente comunicada às autoridades, neste caso à Polícia Judiciária (PJ), que “não colocou qualquer objecção ou limitação à saída da criança", revelou o presidente da administração do Serviço Regional de Saúde, Miguel Ferreira.

Internado desde quarta-feira no Hospital Central do Funchal, o menino de 18 meses teve alta médica ao final da manha desta segunda-feira. Nos últimos cinco dias foi submetido a observações e exames de diagnóstico que inicialmente revelaram algum “grau de sofrimento muscular”, devido à sua exposição ao frio no período que antecedeu a sua descoberta. De resto, como confirmou o director de Pediatra, José Luís Nunes, quando deu entrada no hospital o Daniel estava “clinicamente bem” e não apresentava sinais de maus tratos nem de subnutrição.

A criança foi encontrada por levadeiros quando procediam à rotineira tarefa da distribuição de água de rega agrícola, num matagal, a uma distância de cerca de três quilómetros da residência dos padrinhos, no sítio dos Reis Acima, na zona alta da Calheta, de onde desaparecera na tarde de 19 de Janeiro, durante um convívio familiar. O alerta do desaparecimento foi dado quase quatro horas depois.

A PJ continua a investigar este caso e, segundo as diligências efectuadas, admite "um crime de rapto", tudo apontando para que o potencial sequestrador seja alguém com conhecimento da zona onde terá sido “forçado” a devolver a criança. Todos os familiares que participaram no convívio de domingo foram ouvidos pelos inspectores, tendo o pai repudiado as suspeitas de envolvimento numa alegada subtracção do menor para venda. Até ao momento, segundo a polícia, não há suspeitos constituídos arguidos nem detidos.

Entretanto, o Instituto de Investimentos Habitacionais da Madeira (IHM) anunciou que vai celebrar, em Fevereiro próximo, um contrato de recuperação da casa onde vive Daniel, com mais sete pessoas, incluindo mais duas crianças com menos de seis anos. Com deficiências a nível da estrutura, o imóvel bastante degradado receberá financiamento público a fundo perdido no valor de 15 mil euros, requerido pelo agregado familiar em Agosto de 2011, alegando insuficientes rendimentos.

“Foi uma mera coincidência, não fomos a reboque do caso” mediático, garante o presidente do IHM, Carlos Gonçalves. O contrato, celebrado ao abrigo do Programa de Recuperação de Imóveis Degradado, abrange melhoramentos na cobertura da casa, a colocação de caixilharia de alumínio e acesso à rede de distribuição de água potável.

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