Beber cinco chávenas de café por dia não traz riscos para a saúde

Estudo da Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar defende que consumo moderado de café ao longo da vida pode reduzir o risco de condições neuro degenerativas, relacionadas com a idade e o declínio cognitivo.

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O consumo moderado de cafeína, de até 400 mg – o equivalente a cinco chávenas de café por dia – não suscita preocupações de segurança para a população saudável em geral. Esta quantidade ingerida pode ser apreciada como parte de uma dieta equilibrada saudável e de um estilo de vida activo, afirma a Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (EFSA).

Uma dose única de cafeína até 200mg, ou doses diárias que somem 400mg, não levantam preocupações para a saúde dos adultos, entre os 18 e os 65 anos, até mesmo quando consumidas menos de duas horas antes do exercício intenso, conclui a EFSA.

Um café expresso contém cerca de 80mg de cafeína, pelo que três e cinco chávenas de café por dia não levantam preocupações, confirma Conceição Calhau, Professora da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e investigadora do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS).

Segundo o relatório, mesmo para mulheres grávidas ou a amamentar a ingestão de cafeína de até 200mg por dia, cerca de duas chávenas, é considerada segura para o feto ou para a criança em amamentação, não oferecendo quaisquer riscos.

Porém, num comentário sobre este estudo ao PÚBLICO, Conceição Calhau alerta que os benefícios do consumo de determinada quantidade de cafeína dependem da massa corporal de cada pessoa. “Uma ingestão de 300 ou 400mg de cafeína por uma pessoa com 40 kg, por exemplo, vai ter um impacto diferente numa pessoa com peso diferente”, diz.

A cafeína ajuda a controlar o peso, estando presente, por exemplo, em cosméticos, com propriedades adelgaçantes, que diminuem as gorduras, mas, para esse efeito, é necessário estar associada a uma alimentação saudável, acrescenta ainda a especialista.

Também o consumo moderado de café ao longo da vida tem efeitos positivos sobre o desempenho mental e resistência física, podendo reduzir o risco de condições neuro degenerativas, relacionadas com a idade e o declínio cognitivo, a doença de Alzheimer e doença de Parkinson, diabetes tipo 2 e algumas doenças do fígado, tais como a fibrose hepática, cirrose, esteatose hepática e hepatite-C.

Esta avaliação foi solicitada à EFSA pela Comissão Europeia, devido às preocupações levantadas por alguns Estados-Membros sobre os possíveis efeitos adversos associados ao consumo de cafeína de diversas bebidas, como doenças cardiovasculares, problemas relacionados com o sistema nervoso central (sono interrompido e ansiedade) e possíveis riscos para a saúde do feto em mulheres grávidas.

É a primeira vez que os riscos do consumo de cafeína, proveniente de todas as fontes alimentares, são avaliados a nível da União Europeia.   

Texto editado por Andrea Cunha Freitas                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                               

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