Um ferido ainda internado e quatro pessoas identificadas nos distúrbios em Cascais

Câmara Municipal minimiza incidentes durante concerto de encerramento das Festas do Mar.

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Miguel Manso
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A Polícia de Segurança Pública (PSP) identificou quatro pessoas envolvidas nos distúrbios ocorridos na noite de domingo durante o concerto de encerramento das Festas do Mar, em Cascais. Num comunicado, a PSP refere que os primeiro recursos policiais no local contabilizaram três feridos, um dos quais com gravidade. Até ao final da manhã de segunda-feira, ainda estava internado.

Os distúrbios começaram pelas 23h30, estava o concerto do cantor Anselmo Ralph quase a terminar, bem em frente ao palco montado na zona da baía de Cascais, junto à Praia dos Pescadores. De sobreaviso estavam dezenas de polícias. Foi o próprio cantor que, perante o que se estava a passar, interrompeu o concerto e chamou as autoridades. “Vi um tumulto de jovens, ali no meio da confusão, a brigar. E havia muitas crianças ali no meio”, descreveu mais tarde aos jornalistas, justificando a sua atitude. Ciente do que podia vir a suceder, já tinha iniciado o espectáculo pedindo paz à assistência. Mas de nada valeu.

Dos três feridos mencionados pela PSP, um – o mais grave – terá sido alvo de uma “suposta agressão com arma branca”, segundo o comunicado. Os outros dois – um deles um agente da PSP – tinham ferimentos ligeiros.

Segundo o hospital de Cascais, até ao final da manhã um dos feridos permanecia internado. Não foi fornecida informação sobre o seu estado de gravidade, referindo-se apenas que o doente estava "estabilizado".

Durante os distúrbios algumas pessoas também terão se sentido mal.

Depois dos primeiros confrontos junto ao palco do concerto, registaram-se ainda várias escaramuças entre polícias e jovens, alguns dos quais acabaram por ser detidos, depois de perseguições policiais por entre a multidão, que depois de terminar o concerto se tinha dispersado mas continuava quer junto ao palco quer no areal da praia.

Entre os polícias ouviram-se, no local, comentários sobre a falta de condições do local para acolher um evento com tanta gente. Segundo o presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, assistiram ao concerto entre 50 e 55 mil pessoas.

A multidão compacta que se juntou não deixava sequer os hóspedes do Hotel Baía entrarem no edifício. Cerca de duas dezenas de pessoas que entraram pelas traseiras e se escapuliram para o último andar para verem melhor o concerto tiveram de ser dali retiradas pelas autoridades.

Anselmo Ralph ainda retomou o espectáculo depois dos distúrbios, mas deu-o por terminado logo a seguir. “Nós não podemos festejar quando há gente ferida. Vão em segurança e vão em grupo”, disse, numa alusão à insegurança que se fazia sentir.

Agentes da Unidade Especial de Polícia criaram então um cordão humano à volta da multidão, permitindo depois que algumas centenas de espectadores se deslocassem da zona do palco para a praia, ali mesmo ao lado.

O fogo-de-artifício que estava previsto para dar as Festas de Cascais por encerradas acabou por ser lançado nessa altura, eram 0h30, quando parte das pessoas que assistiam ao concerto desceu ao areal e ficou por ali a conversar.

Para o local e para a hora do concerto estava marcado um meet, o mesmo tipo de encontro de jovens convocado pela Internet que esteve na origem dos incidentes registados esta semana no centro comercial Vasco da Gama, em Lisboa.

Mas o presidente do município, que falou à comunicação social à 1h20, tentou minimizar o sucedido, negando que se tivesse tratado de um "encontro marcado" e resumindo tudo a "uma rixa entre dois indivíduos", uma "situação pontual" que foi "muito empolada" e da qual teriam resultado "dois feridos". Tudo terá tido origem, segundo o autarca, numa "troca de palavras menos educadas", que "teve uma resposta que não se imagina que possa ter entre pessoas normais".

Carlos Carreiras elogiou o sangue-frio e o profissionalismo de Anselmo Ralph ao interromper o concerto para chamar a polícia. “Não são dois indivíduos que vão estragar as Festas do Mar”, declarou Carlos Carreiras. O cantor admitiu que foi a primeira vez que lhe aconteceu algo do género em Portugal.

Num comunicado emitido esta segunda-feira, a Câmara de Cascais atribui os "desacatos" já não a dois mas a um "pequeno número de indivíduos". A situação "dificilmente seria notícia não fosse a atenção criada em torno deste concerto", refere a autarquia, assegurando que nunca, nos anos anteriores, se registou "qualquer tipo de ocorrência" nas festas. "Cascais é e continuará a ser um concelho seguro para os grandes eventos nacionais e internacionais", frisa a autarquia.

 

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