Alguns rumores levam a crer que o Institut Français du Portugal (IFP) irá fechar as portas no próximo Verão. As preocupações manifestadas no seguimento destes rumores testemunham um grande apego à cultura francesa em Portugal. Mas o IFP não vai fechar — vai evoluir. O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, de visita a Lisboa no passado dia 10 de Abril, lembrou precisamente que a acção cultural da França tem de prosseguir e até ser reforçada em Portugal.

Antes de mais, será necessário resolver os mal-entendidos. O IFP está a modernizar-se e, no Verão de 2015, transfere-se para o Palácio de Santos, sede da Embaixada de França, para instalações que serão totalmente adaptadas às suas actividades e às quais o público terá acesso livremente, por uma entrada própria, no n° 11 da Rua de Santos-o-Velho.

Esta vontade de reestruturação não é específica para Portugal; a política do Governo insere-se num quadro europeu de adaptação dos dispositivos culturais franceses. Com efeito, a criação artística está em transformação tanto em relação às formas, como à maneira de se difundir junto de um público cada vez mais vasto. Hoje, a cooperação cultural franco-portuguesa apoia-se em inúmeras parcerias com actores locais, em acções “fora de portas” e, evidentemente, em tecnologias que revolucionaram o acesso à cultura. O IFP deve evoluir. O edifício da Avenida de Luís Bívar, inaugurado em 1984, tornou-se demasiado espaçoso e só as despesas de funcionamento consomem uma parte inaceitável das nossas verbas culturais.

Esta mudança será uma oportunidade para modernizar e afirmar a presença cultural francesa em Portugal de forma ainda mais intensa, graças à eficiência reforçada dos meios utilizados. A junção dos projectos franceses, onde e sempre que for possível, reforça a acção cultural quanto aos seus propósitos, ou seja: a promoção do Francês, património cultural comum mas, também, mais-valia económica de futuro graças aos 274 milhões de francófonos presentes no mundo; a atractividade para os estudantes e investigadores; a valorização da produção cultural e das novas tecnologias.

A vontade da França de promover cada vez mais a cultura e a língua francesa vai precisamente ao encontro dos interesses dos seus amigos portugueses. Vamos mobilizar-nos para manter o dinamismo que nos anima e valorizar a atractividade francesa junto das camadas jovens em Portugal. A Festa da Francofonia que se realizou em Portugal, por todo o país, no passado mês de Março, foi uma boa demonstração de mobilização colectiva. Já está marcado o encontro com a Festa do Cinema Francês no próximo Outono e com muitos outros eventos futuros cada vez mais inovadores.

Embaixador de França em Portugal