Striptease obrigatório

Marinho e Pinto falou na assembleia fundadora do seu novo partido (PDR) com o mesmo desvelo indignado com que regularmente perora para a audiência matinal da TVI. Não há diferenças de tom, nem de gestos e muito menos de estilo, porque o excesso da personagem é fundamental para captar a dona de casa preocupada com o almoço ou o pensionista estarrecido com o crime que acabou de ler no seu tablóide favorito. Na reunião de lançamento do seu partido, Marinho e Pinto foi, mais uma vez, prolixo de palavras e de temas. De uma penada, voou das privatizações ao BPN, da reforma do sistema político à promessa de fazer o striptease sobre o seu vencimento de eurodeputado. A estonteante volubilidade do advogado pode iludir qualquer mortal mais distraído, mas é preciso não esquecer que mostrar salários, registar interesses e revelar os bens em nome próprio é um imperativo legal para qualquer titular de cargo político. Ou seja, o striptease é obrigatório.

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