Seguro candidato a primeiro-ministro até Setembro, depois as primárias socialistas decidem

Comissão política aprovou data de 28 de Setembro para eleições primárias. Apoiantes de Costa entregaram declaração de voto, defendendo Julho como mês mais adequado.

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António José Seguro Enric Vives-Rubio
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António Costa Nuno Ferreira Santos

A comissão política do PS aprovou na madrugada desta sexta-feira a data de 28 de Setembro para a realização das primárias anunciadas pelo secretário-geral. No final da reunião, o dirigente nacional e líder parlamentar, Alberto Martins, anunciou a vitória da proposta por uma “esmagadora maioria”, classificando ainda a iniciativa como um “processo radical na história da política portuguesa”.

Também Seguro reagiu ao resultado. “Espero que os portugueses aproveitem esta oportunidade para votar”, começou por afirmar. E contestou a ideia de que quatro meses era tempo a mais para a “clarificação” que alguns exigiam. Lembrando o período de férias, o líder do PS afirmou que seria “uma fraude completa estar a fazer esta escolha nas costas dos portugueses”.

A data não era a preferida pelo adversário António Costa. “Ninguém ganha em adiar a solução dos problemas”, reconheceu. Após a reunião, um grupo de apoiantes de Costa apresentou uma declaração de voto onde se defendia como data ideal o final de Julho. Ainda assim, Costa não deixou de se manifestar disponível para ir a jogo nas primárias. “Saio muito satisfeito, é muito importante dar a voz aos militantes, aos simpatizantes”, disse.

Confrontado com a possibilidade de haver legislativas antecipadas antes das primárias, Alberto Martins foi peremptório em relação a quem seria o candidato do PS. “O secretário-geral, os órgãos dirigentes estão na plenitude das suas funções”, asseverou, por mais de uma vez, o líder parlamentar do PS. António Costa não se mostrou muito preocupado com essa eventualidade. “Esqueça lá a data, a data é uma questão secundária”, disse Costa.

À margem, um dos apoiantes de Costa explicou o porquê dessa posição. Estes não acreditam que Cavaco Silva convoque eleições antecipadas antes do principal partido da oposição ver a sua situação resolvida. “No fundo, o PS já marcou a data”, resumia um dirigente.

Mas a proposta de Seguro acabou por sofrer algumas alterações. Nomeadamente, no universo de participantes. Os candidatos eleitorais, os inscritos na Convenção Novo Rumo e Laboratório de Ideias e os militantes da JS deixaram de ter capacidade eleitoral automática. Para participarem terão de fazer como qualquer simpatizante e assinar um “compromisso individual”. 

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