PS não vai agendar projectos de lei anti-corrupção de João Cravinho

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“Cheguei ao limites dos meus poderes enquanto deputado”, disse Cravinho Andre Kosters/Lusa (arquivo)

O deputado socialista João Cravinho anunciou hoje que irá entregar no Parlamento dois projectos de lei em matéria de corrupção, mas o grupo parlamentar já garantiu que não os irá agendar por considerá-los “não adequados nem consistentes”.

A decisão de “depositar na Assembleia da República” os dois diplomas em matéria de corrupção, além de duas propostas de alteração à Lei de Acesso a Documentos Administrativos, foi anunciada por João Cravinho numa breve declaração aos jornalistas à saída da reunião do grupo parlamentar do PS.

“Apresentarei, tão brevemente quanto possível, dois projectos de lei e duas propostas sobre alteração à Lei de Acesso a Documentos Administrativos”, afirmou o deputado socialista.

Ainda segundo João Cravinho, os dois diplomas relativos à alteração da Lei de Acesso a Documentos Administrativos “são consensuais”.

Relativamente às duas iniciativas em matéria de corrupção, que João Cravinho se recusou a especificar, uma “não tem consenso” dentro da bancada parlamentar socialista, e “outra [das propostas] tem matérias consensualizadas” e outras, que o deputado reputa de “essenciais, não consensuais”.

Cravinho deixou reunião de bancada antes do fim

João Cravinho, que se recusou a responder a qualquer pergunta dos jornalistas, admitiu ainda ter atingido o limite do seu poder enquanto deputado.

“Cheguei ao limites dos meus poderes enquanto deputado”, disse.

Minutos depois desta declaração de João Cravinho, que saiu da reunião da bancada ainda antes desta ter terminado, o líder parlamentar do PS, Alberto Martins, disse que os socialistas apenas agendarão para discussão em plenário o “pacote” das dez iniciativas “que geraram consenso”, no qual não estão incluídas as propostas de Cravinho.

“As proposta do deputado João Cravinho não são adequadas nem consistentes”, declarou Alberto Martins.

Deputado de partida para Londres

No início do mês soube-se que João Cravinho vai renunciar ao mandato de deputado do PS na Assembleia da República, para ser administrador do Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento (BERD), em Londres.

A designação para o cargo foi feita pelo Governo português, para um mandato de três anos.

Na altura, o deputado afirmou que não sairia do Parlamento “sem deixar definido na íntegra o pacote anti-corrupção, imprescindível para o desenvolvimento do país”, referindo-se às conclusões do grupo de trabalho criado no PS com base em três diplomas seus.

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