António Costa assume que para Portugal ser um país “mais desenvolvido” não pode olhar “simplesmente” para o Litoral, mas aproveitar a zona de proximidade à fronteira com a Espanha.

Em Mangualde, numa visita à fábrica de automóveis do grupo PSA, o primeiro-ministro disse que é preciso beneficiar do interface marítimo dos portos de Sines, de Lisboa, de Aveiro, da Figueira e de Leixões como o interland da Península Ibérica e criar condições para o investimento na área da indústria. A ferrovia assume um papel “essencial”, referiu António Costa.

“A ligação ferroviária da Linha da Beira Alta é absolutamente essencial para fazermos esta ligação entre o mar e o centro da Península Ibérica. E, por isso, tal como o corredor de Sines ou Caia, este corredor da Linha da Beira Alta é estratégico para podermos ser a plataforma marítima do conjunto da Península”, disse. A Infraestruturas de Portugal (IP) anunciou já a modernização da Linha da Beira Alta e o Governo disse que ainda este ano submeterá novamente ao ­financiamento pelos fundos europeus a construção do troço Aveiro-Mangualde.

O primeiro-ministro lembrou ainda que o Orçamento de Estado, que tem “um aumento de 20 por cento do investimento público”, contempla também medidas fiscais “amigas” da tesouraria das empresas. “Uma de incentivo às empresas que se fixem no interior e outra o novo regime de IVA alfandegário, que dispensa as empresas de terem de pagar o IVA no ato de importação para depois o deduzirem no momento da exportação”, anunciou.

Para António Costa, hoje “há lugar para a indústria e lugares na indústria”. “Vale a pena, por isso, estudar e vocacionar as formações cuja empregabilidade tem lugar na indústria em Portugal” rematou.

Na fábrica da PSA, o primeiro-ministro, acompanhado pelo ministro da Economia, Caldeira Cabral, visitou as linhas de ferragem e montagem da fábrica que no próxino ano vai avançar com a produção de uma nova carrinha em 2018.