Passos diz que "ninguém tem direito de destruir o sacrifício" dos portugueses

Líder do PSD afirmou em Faro confiar no “julgamento dos eleitores” e criticou os “profectas cépticos” que criticaram a austeridade.

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Passos Coelho Daniel Rocha

Pedro Passos Coelho diz estar de “consciência tranquila” e confiante no julgamento dos eleitores. Os resultados da governação, que considera bons, “não caíram do céu, nós sabemos o que custaram alcançar”, afirmou este sábado à noite o líder do PSD em Faro, num jantar/comício destinado a homenagear os militantes locais que se destacaram ao longo dos 40 anos de vida partidária.

Numa crítica à oposição, disse que os “profetas cépticos que diziam que os sacrifícios não levariam a lado nenhum”, afirmou: “Foram desmentidos pela realidade”. Por saber o que isso custou a alcançar, avisou: “Ninguém tem o direito de estragar os sacrifícios que foram feitos”.

Neste clima de pré-campanha,  Passos deixou mais avisos: “Todas as semanas vão surgir promessas, mas nós não vamos estar nesse leilão”, sublinhou.

O líder social-democrata recordou a festa do Pontal de 2012, onde previu que a inversão do ciclo da austeridade a partir do primeiro trimestre do ano seguinte, para demonstrar que as coisas correram como previu.

Aos que o criticaram ou puseram dúvida o prognóstico, dizendo que o “Governo iria morrer na praia”, adiantou que esperava que o resultado do INE, que será divulgado no próximo dia 15, confirmará um “muito bom resultado” da economia, segundo os indicadores de que o Governo dispõe.

Por outro lado, destacou a confiança dos mercados nos financiamentos que o país precisa e os reflexos na redução das taxas de juro. “Não vamos fazer como os outros, baixaram impostos e subiram salários antes das eleições, para cortar salários e subir impostos a seguir às eleições”, enfatizou.

Para os próximos quatro anos, antevê um “recolher da austeridade e crescimento do emprego”, concluindo que tal resultado é fruto das medidas que foram tomadas: “Fizemos aquilo que era preciso”.

À tarde, em Évora, tinha feito um discurso idêntico, onde pontuou as críticas ao PS: "Há uma grande diferença entre propalar certas ideias ou concretizá-las e nós, felizmente, temos a possibilidade de mostrar os resultados que alcançámos e a direcção que tomámos", considerou, citado pela Lusa, indicando que a convicção da coligação é de que este "é o caminho que pode trazer mais prosperidade".

O primeiro-ministro referiu que existe, sobretudo na oposição, "uma preocupação de prometer e oferecer tudo o que acham que as pessoas querem", enumerando: "a reposição dos feriados, a remoção de todas as medidas, desfazer qualquer coisa que possa representar uma consolidação da mudança" feita pelo Governo. Uma referência explícita a António Costa, líder do PS, que tem falado na reposição das 35 horas, a manutenção do controlo da TAP nas mãos do Estado e a devolução da sobretaxa do IRS em metade do tempo previsto pelo Governo.

Do lado da coligação PSD/CDS-PP, frisou que o caminho é diferente, passa pela remoção de "tudo aquilo que são medidas extraordinárias", porque o Governo não as tomou "por gosto", mas "sem colocar em risco o futuro" do país e "à medida do que for prudente e possível".

"Temos pressa de as remover, mas não temos pressa nenhuma de as voltar a adoptar. Ninguém quer andar a fazer, como no passado, a baixar impostos para, depois, ir a correr, a seguir às eleições, aumentá-los", assinalou.

Este sábado foi noticiado que os líderes do PSD e do CDS/PP vão assinalar em conjunto o primeiro aniversário da saída da troika' de Portugal, numa sessão no Norte do país no próximo dia 16. "É um encontro simbólico para assinalar a saída da troika há um ano", afirmou à Lusa uma fonte social-democrata, adiantando que Pedro Passos Coelho e Paulo Portas vão estar presentes.

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