Passos Coelho: As empresas não querem governos que façam batota na economia

Na primeira vez que subiu ao palco do Chão da Lagoa, Passos Coelho aproveitou para atacar os anteriores governos socialistas e pedir apoio para as próximas eleições.

Fotogaleria
Pasoss Coelho com Miguel Albuquerque na Festa de Chão de Lagoa Gregório Cunha
Fotogaleria
Gregório Cunha
Fotogaleria
Gregório Cunha
Fotogaleria
Gregório Cunha
Fotogaleria
Gregório Cunha

O líder nacional do PSD e primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, aproveitou este domingo a presença na festa dos social-democratas madeirenses para criticar os anteriores governos socialistas, que responsabilizou pelos “tempos de dificuldade” que o país atravessou e pelo desemprego que daí adveio.

Falando para os desempregados, Passos Coelho, sublinhou a necessidade de atrair investimento, de forma a poder dar melhores condições de vida às pessoas. “Para esses todos [os desempregados] não é o emprego do Estado que conta, é o das empresas, porque são essas criam que riqueza, que criam emprego e essas não vão atrás das obras públicas, essas vão atrás dos governos que sabem o que querem, e que não fazem batota na economia, dando iguais condições a todos para os que têm o mesmo mérito possam competir em igualdade de circunstâncias e com lealdade”, disse o líder do PSD, numa referência implícita ao executivo de José Sócrates.

As críticas à oposição, em especial ao PS, foram a tónica do discurso de Passos Coelho, na primeira vez que subiu ao palco do Chão da Lagoa. “Não se esqueçam que as dificuldades não foram trazidas por nós, foi a crise que trouxe as dificuldades, e quem trouxe a crise a Portugal não foi o nosso governo, foram os socialistas em muitos anos de governo em Portugal”, pediu, admitindo que os últimos anos foram de grandes dificuldades.

“Depois de muitas facilidades, de muito dinheiro a correr pelo país durante tantos anos, o que aconteceu em todo o país foi o crescimento do desemprego, a estagnação da nossa economia”, disse, para justificar as decisões tomadas pela coligação. “Não podíamos continuar como estávamos antes.”

Aconselhando os comentadores televisivos e os partidos da oposição a aprenderem com as “pessoas mais simples” do povo, Passos Coelho confessou surpresa quando assiste na televisão “tanta gente importante” a dizer que os resultados alcançados podiam ter sido conseguidos de outra forma. “Pergunto-me se não teriam tanto que aprender, esses que sempre acham que há outras maneiras de fazer as coisas, com as oportunidades que tiveram no passado para fazer bem, quando fizeram mal”, afirmou, assumindo a responsabilidade por todas as “medidas difíceis” tomadas pelo Governo.

Mas agora, continuou, que o governo PSD/CDS seguiu o caminho planeado, mostrando que é possível “diminuir o desemprego” e que o país “já não está a endividar-se”, os portugueses podem de novo olhar para Portugal e “sonhar” mais e mais longe.

“Hoje, até a oposição se entusiasma com o futuro”, ironizou, ressalvando que o caminho a seguir não pode ser feito de qualquer maneira. “Temos que continuar a ser determinados, e assim podemos dar verdadeira esperança aos portugueses”, defendeu Passos Coelho, dizendo que sabe “como poucos” que os tempos vividos foram de dificuldades.

“Nós não escolhemos os tempos, os tempos são o que são e a nossa obrigação é enfrentá-los, resolver os problemas e andar para a frente”, afirmou, acrescentando que a história “não perde tempo com quem tem muitas dúvidas”, nem com quem acha que quando as coisas estão difíceis é melhor deixá-las para outros que venham a seguir.

“Agora que deixamos a crise para trás, estou convencido que com o vosso apoio podemos dar uma nova alma ao nosso querido Portugal”, continuou, considerando que é tempo de nas próximas eleições os portugueses enviarem uma mensagem a oposição. “Esta bem na altura de nas próximas eleições, o povo português dizer à oposição que ela é precisa em Portugal, mas não para governar, porque quando governou foi o desgoverno para o nossos país e o que precisamos agora é de consolidar o bom governo que podemos fazer para o futuro", vincou Passos Coelho, pedindo “humildemente” apoio para mostrar que a coligação pode fazer mais pelo país.

“Nos julgamos ter feito o que devíamos ter feito, e agora gostaríamos também de ter a oportunidade de mostrar que podemos fazer para o nosso pais a crescer ainda mais”, pediu, acusando a oposição de não gostar de ver o que de bom tem acontecido ao país.

“Fico entristecido quando olho para a nossa oposição e vejo que de cada vez que algum resultado bom aparece em Portugal, eles não gostam. Dizem que é mentira que estamos falsear a realidade”, acusou, deixando depois a pergunta: “Que mal fez o nosso povo à oposição, para que a oposição só goste quando as coisas correm mal ao nosso país e fique desagrada quando surgem boas notícias.”

Perante uma plateia de largos milhares de apoiantes, mais até do que na edição de 2014, que marcou a saída de Alberto João Jardim da liderança do PSD-Madeira e da presidência do Governo regional, Passos Coelho começou a intervenção elogiando o executivo de Miguel Albuquerque “em apenas 100 dias, tantas decisões importantes para o futuro da Madeira tomou” –, prometendo “fazer das tripas coração” para que a região tenha um novo hospital

Jardim, também não foi esquecido. “Tudo o que fizemos no passado teve um tempo, e há sempre uma altura em que se tem de abrir um novo tempo”, disse, não deixando de elogiar a “coragem” que o Governo de Jardim teve em executar o programa difícil a que teve sujeito.

Passos Coelho, que esteve no Chão da Lagoa, acompanhado de Marco António Costa, viajou depois para os Açores onde visita as duas principais ilhas do arquipélago - São Miguel e Terceira -, onde irá encontrar-se com militantes.


Sugerir correcção
Ler 52 comentários