Passos Coelho: "Ninguém aconselhou os portugueses a emigrarem"

Primeiro-ministro diz que Portugal vive um tempo de recessão económica e que isso significa que muitos não conseguem encontrar trabalho no país.

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Passos Coelho diz que o Goevrno está a trabalhar para ultrapassar desemprego Nuno Ferreira Santos

O primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, afirmou esta quinta-feira, em Paris, que "ninguém aconselhou os portugueses a emigrarem", considerando, no entanto, que a emigração não deve ser um "estigma" para quem precisa de um emprego e não consegue encontrá-lo em Portugal.

<_o3a_p>A falar aos jornalistas no Consulado-Geral de Portugal em Paris, no fim de uma visita de trabalho a França, Pedro Passos Coelho esclareceu que "ninguém" no Governo "aconselhou os portugueses a emigrarem".

"A emigração, quando ocorre de forma mais massiva, expressa uma situação de défice e de 'não-solução' interna na economia que a origina", afirmou, lembrando que Portugal vive "um tempo de recessão económica" e que isso significa que muitos portugueses não encontram no seu país "as oportunidades de realização profissional e de emprego de que dependem também para poder satisfazer as suas responsabilidades familiares".

Neste contexto, acrescentou, e embora o executivo esteja "a trabalhar para que a situação possa ficar ultrapassada", o Governo entende que deve prestar a quem decide sair "todo o apoio possível", e que a busca de oportunidades além-fronteiras não deve ser "um estigma".
<_o3a_p>Em Dezembro de 2011, numa entrevista publicada no Correio da Manhã, Passos Coelho foi questionado sobre se aconselharia os “professores excedentários" que o país tem a "abandonarem a sua zona de conforto e a procurarem emprego noutro sítio”. O primeiro-ministro respondeu então que, “em Angola, e não só, o Brasil tem também uma grande necessidade ao nível do ensino básico e secundário”.

E acrescentou: "Sabemos que há muitos professores em Portugal que não têm, nesta altura, ocupação. E o próprio sistema privado não consegue ter oferta para todos. Estamos com uma demografia decrescente, como todos sabem, e portanto nos próximos anos haverá muita gente em Portugal que, das duas uma, ou consegue, nessa área, fazer formação e estar disponível para outras áreas ou, querendo manter-se, sobretudo como professores, podem olhar para todo o mercado de língua portuguesa encontrar aí uma alternativa."

Também em Janeiro de 2012, o ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, diria que Portugal deve valorizar a emigração de quadros jovens bem preparados e "olhar para outros mundos" e menos para a Europa. Miguel Relvas elogiava assim a existência de uma nova emigração protagonizada por uma "juventude bem preparada".

Esta quinta-feira, em Paris, a falar para elementos da comunidade portuguesa em França, o primeiro-ministro expressou o seu "apreço" pela forma como estes portugueses "conseguiram, ao longo dos anos, e com o seu mérito, conquistar uma posição de prestígio e de reconhecimento na sociedade francesa".

Pedro Passos Coelho realizou esta quinta-feira a sua primeira visita de trabalho a França. O primeiro-ministro teve um pequeno-almoço de trabalho com o seu homólogo francês, Jean-Marc Ayrault, e esteve depois reunido com o Presidente francês, François Hollande.

 


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