Passos acusa PS de demagogia por pedir descida de impostos

“Como é possível que ainda alguém pense que esta esperteza saloia pode render votos em Portugal?”, questionou o primeiro-ministro.

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“Estas eleições marcarão uma fase nova da vida nacional e local." Fernando Veludo/NFactos
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O presidente do PSD e primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, criticou neste sábado o PS por ter exigido a descida de impostos na reentré e acusou os socialistas de terem judicializado as eleições autárquicas.

“Como é que o principal partido da oposição decidiu encarar a reabertura parlamentar agora em Setembro? Dizendo: é preciso baixar os impostos”, censurou o líder social-democrata, que falou para uma plateia repleta de autarcas e candidatos.

No encerramento da Convenção Autárquica do PSD, que decorreu em Vila Nova de Gaia, Passos Coelho censurou a “esperteza saloia” utilizada pelo PS nas tentativas de ganhar votos aos sociais-democratas e questionou de novo : “Como é possível construir o futuro com demagogia desta maneira?”

“Obriguem lá o Governo a dizer que não baixa os impostos, obriguem lá o Governo a recordar tudo isso para as pessoas votarem contra eles. Que maneira de fazer política. Que tristeza!", insurgiu-se Passos, questionando: “Como é possível que ainda alguém pense que esta esperteza saloia pode render votos em Portugal?”

Numa intervenção marcada pela confiança - “Temos razões para estarmos confiantes nos resultados das eleições”-, o líder do PSD afirmou que as autárquicas vão marcar uma nova fase na vida nacional e local e pediu uma nova atitude quer às autarquias, quer às empresas, porque – sustentou – “os recursos são poucos”.

O presidente social-democrata pediu depois o empenho de todos, mesmo aqueles que não têm responsabilidades a nível da governação, para reconstruir Portugal. “Quem não tem a responsabilidade de governar, também tem responsabilidades, ou porque já governou ou porque hoje precisa de juntar a sua voz, com esperança construtiva para o trabalho de reconstrução nacional que nós estamos a fazer”, disse.

Depois, Passos deteve-se num exercício de comparação de dois países que pediram resgate financeiro - Portugal e a Irlanda - para dizer que os irlandeses têm taxas de juros mais baixas porque beneficiam, do ponto de vista externo, “do preconceito que existe sobre alguns países do sul”, existe uma “vontade colectiva de vencer aquela crise". “ Se [em Portugal] aqueles que, não estando no Governo, olhassem para o interesse do país mais do que para aquilo que lhes vai à frente das lentes dos óculos, se calhar nós, em Portugal, seríamos vistos, do exterior, de outra maneira”, defendeu o líder social-democrata.

Dirigindo-se aos autarcas e candidatos, Passos sublinhou: “Estas eleições marcarão uma fase nova da vida nacional e local. É o tempo em que nós estamos a reconstruir Portugal e precisamos de todos, de ter um Governo que sabe para onde quer ir. Precisamos de ter empresas, empresários, famílias e trabalhadores que não levam a mal a expressão de dar o litro para defender a suas empresas, o seu negócio, a sua terra e os seus trabalhadores”.

Logo no início da sua intervenção, e no seguimento de críticas feitas por Luís Filipe Menezes, o candidato social-democrata à Câmara do Porto, Pedro Passos Coelho não poupou aqueles que “olham para os seus interesses". "Mas isso são excepções", disse o primeiro-ministro, numa alusão indirecta a Rui Rio.

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