“Embora seja do PS há 35 anos - e quero continuar -, quero também manifestar o meu empenho na eleição de Rui Tavares. Sei que o PS o convidou para as listas porque reconhece seguramente o seu trabalho e o seu pensamento político.” É desta forma que a antiga eurodeputada socialista, Maria Belo, que foi eleita entre 1988 e 1994, começa a sua mensagem.

Considerando que a recusa de Rui Tavares em integrar as listas do PS “o pode afastar daquilo que provou saber fazer bem", Maria Belo, psicanalista, acaba por concordar com a decisão: “Percebo e aplaudo”, diz, acrescentando que o “percurso” de Tavares tem por objectivo “modificar a forma demasiado paralítica de dar acesso aos cidadãos ao pensamento e à acção política dando força a uma fala e a um pensamento político e não tecnocrático”. “É isso que ele e o seu partido simbolizam”, afirma.

Considerando Rui Tavares “um excelente pensador sobre a nossa vida europeia comum”, Maria Belo aponta uma diferença face ao discurso do Livre: “Sou talvez mais radical no sentido de que considero como ele não só que “temos de salvar a democracia para não precisar de salvar a civilização”, como acho que já temos de salvar a civilização.”

Considerando a candidatura de Tavares “patriota”, esta militante socialista conclui, afirmando que o discurso do novo partido oferece uma novidade: “Pontos de vista que estão na ordem do dia de muitos pensadores europeus, mas que raramente encontramos debatidos nos partidos políticos como o faz o Livre."