O PS ganhará as eleições Autárquicas do próximo domingo se tiver mais votos do que o PSD. A leitura é de Manuel Alegre, para quem é também importante que o partido tenha “um número significativo de câmaras” em seu poder nos próximos quatro anos.

O histórico dirigente socialista está na noite desta quinta-feira em Braga, num comício de apoio ao candidato do PS, apelando ao voto em Vítor Sousa para evitar que a direita chegue ao poder naquela cidade.

Para Alegre, o Governo “também vai a votos” nestas eleições e, por isso, será importante que o PS consiga uma vitória. Mas admite que estas não são eleições legislativas, pelo que um triunfo socialista não teria efeitos nacionais imediatos. Mas tão-pouco é um sufrágio interno do PS, reforça, em defesa do secretário-geral António José Seguro.

“Creio que António José Seguro fez uma campanha que merece a minha homenagem”, elogia Manuel Alegre. O líder socialista “foi a todos os distritos e fez um grande esforço”, correndo por isso “um risco”, avalia.

“Os bons políticos também se fazem assim”.

Em Braga, Alegre fez um apelo ao “voto útil” como ainda não tinha sido feito nesta campanha na cidade- “Custa-me acreditar que Braga vá dar a vitória aqueles que a nível local representam a política e a coligação que está no Governo”, sustenta o antigo candidato à Presidência da República, ainda antes do início do comício da noite desta quinta-feira no pavilhão Flávio Sá Leite.

O histórico do PS pede o apoio dos socialistas, dos progressistas e de todas as pessoas que estão contra a política de austeridade para votarem em Vítor Sousa e no PS de Braga, como forma de castigo ao executivo nacional. E ainda que admita “muito respeito” pelo movimentos de cidadãos, como a candidatura independente à câmara de Braga Cidadania em Movimento, onde diz ter alguns amigos, Alegre entende que é preciso garantir nas eleições de domingo que não acontece uma vitória da coligação de direita.

“Não se fortalece a esquerda derrotando o maior partido da esquerda”, defende.

Todavia, e apesar do apoio ao PS de Braga, Manuel Alegre não se coibiu de criticar uma das últimas decisões do executivo ainda liderado por Mesquita Machado: a construção de uma estátua de homenagem ao cónego Eduardo Melo.

“Não me agradou de maneira nenhuma. É uma coisa que eu não faria e que não aprovo”, sublinhou. O antigo candidato à Presidência da República desafiou depois os socialistas locais a “compensarem essa anomalia”, erguendo uma estátua a “um grande bracarense” como Francisco Salgado Zenha.