António Costa acusa Governo lançar o “empobrecimento colectivo”

O aumento da divida pública, diz o secretário-geral do PS, absorveu a receita obtida com a venda das privatizações dos últimos três anos.

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António Costa sublinhou o melhor resultado de sempre para o PS em Lisboa Daniel Rocha

O secretário-geral do PS considera que, afinal, as metas do Governo foram atingidas. “O objectivo de empobrecimento foi, indiscutivelmente, alcançado”, enfatiza António Costa, referindo-se aos dados divulgados há dois dias pelo INE, dando conta que “a taxa de risco de pobreza voltou a aumentar – hoje está quase nos 20 por cento ”.

 À situação de “empobrecimento colectivo”, sublinha, junta-se a divida pública que atinge  cerca de 127 por cento. “ Só no ano passado, a dívida  aumentou 8 mil milhões de euros, o que significa o total da receita obtida por este Governo em três anos de privatizações”.

António Costa está em digressão pelo Algarve, mobilizando o partido para o ”combate” das próximas eleições. Este Domingo, em Tavira, num almoço de militantes, lembrou que 1 de Fevereiro de 1975 foi o dia da legalização do PS como partido, e as lutas que foram travadas para instituir o regime democrático. Agora, a batalha passa por derrubar um Governo que “acabou com 300 mil postos de trabalho” e no sector económico “minou a confiança dos empresários” que não investem por falta de perspectivas.


Sobre a economia regional, o líder do PS destacou que fazia parte dos portugueses que não visitava a região apenas nos meses de Verão, realçando  a necessidade da diversificar a  economia e reorganizar o território. A definição dessa estratégia, reafirmou, passa pelas novas competências que defende para a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), “desgovernamentalizada e democratizada” .   

O Governo, criticou António Costa, traçou um plano assente numa “grande diminuição direitos dos trabalhadores, politica de austeridade, empobrecimento colectivo”.  Dessa forma, disse, quis convencer os portugueses que tinha uma estratégia, iria conseguir relançar a  economia  e pagar a divida. O que sucedeu foi o contrário do previsto. “No inicio desta crise, a divida publica portuguesa era  cerca 97 por cento da riqueza anualmente produzida em Portugal, mas hoje é cerca de 127 por cento”.  

A pobreza aumentou ainda, segundo o secretário-geral do PS, “entre empregados e pensionistas, mas também na população activa”, porque hoje, disse, “mais de 10% das pessoas empregadas estão abaixo do limiar de pobreza e isso demonstra bem o que significou de diminuição de direitos, de quebra de rendimentos e de falta de dignidade no Mundo do trabalho” a política imposta pelo Governo.

António Costa considerou que este empobrecimento é também visível junto das crianças e dos jovens, dos quais “25% estão em risco”, e assim o Governo tem “criado um problema para hoje, mas também um enorme risco para o futuro”.

O líder do PS considerou que o Executivo de Passos Coelho falhou a receita. “A verdade é que não controlaram a dívida, a dívida continua a aumentar e nós estamos depois destes três anos com uma enorme carga fiscal, com a economia paralisada, com um aumento do empobrecimento e com a dívida a aumentar”, apontou.

Esta segunda-feira, o líder dos socialistas terá um encontro com empresários da zona do barrocal, em São Brás de Alportel. 

 

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