O número ainda não é definitivo, uma vez que durante esta semana ainda poderão chegar inscrições pelo correio, mas até às 24h de sexta-feira estavam inscritos 145 mil simpatizantes para votar nas eleições primárias do Partido Socialista (PS), de onde sairá o próximo candidato socialista a primeiro-ministro. A este número juntam-se os 93 mil militantes, referem dados fornecidos pela Comissão Eleitoral do partido.

Assim sendo, serão mais de 238 mil os eleitores que escolherão, a 28 de Setembro, entre o secretário-geral do PS, António José Seguro, e o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, qual o candidato socialista a primeiro-ministro nas próximas eleições legislativas.

O prazo para as inscrições terminou na sexta-feira mas a Comissão Eleitoral ainda espera que cheguem algumas inscrições enviadas pelo correio. Foi através da Internet que o maior número de simpatizantes se inscreveu.

Seguindo a linha de combate político do actual líder – que se apresentou como o candidato do interior e das classes mais desfavorecidas, contra um perfil mais urbano e de elites de Costa – as inscrições em papel representam sobretudo a inscrição de simpatizantes das áreas mais rurais e mais desfavorecidas.

Só no último dia registou-se a entrada de mais de 48 mil simpatizantes. Lisboa e Porto representam quase metade das inscrições. A seguir na lista está Setúbal. A inscrição como simpatizante obedecia à assinatura de um compromisso individual de concordância com a Declaração de Princípios do Partido Socialista e de não filiação noutro partido político.

O presidente da Comissão Eleitoral, Jorge Coelho, considerou o processo "muito positivo": "Atingiram-se valores que não eram os previsíveis no início", disse, antes de acrescentar que, na última semana, se registou um afluxo considerável. Em particular, nas inscrições online, nos dias dos debates televisivos: "Os debates tiveram um papel importantíssimo. Cada uma dessas noites, a seguir aos debates, inscreveram-se milhares de pessoas."

Entre o universo de militantes, as eleições federativas do início de Setembro colocaram Seguro como vencedor em nove distritos, maioritariamente no interior, contra a vitória de Costa em 10 distritos, mais concentrados no litoral.