Gritos de “demissão!” interrompem debate do Orçamento

Protestos quando Maria Luís Albuquerque se preparava para falar. Ministra defendeu que processo de ajustamento que "vai além das condições do programa" da troika.

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Os protestos desta terça-feira nas galerias Daniel Rocha

O debate que antecedeu a votação global final do Orçamento do Estado para 2014 foi interrompido pelos protestos de algumas dezenas de cidadãos que se encontravam nas galerias a assistir à reunião plenária e que foram rapidamente retirados da sala pela polícia.

Todos os partidos tinham já feito a sua intervenção e a presidente da Assembleia da República acabara de dar a palavra à ministra de Estado e das Finanças. Maria Luís Albuquerque já se encontrava no palanque para discursar quando a sala foi invadida pelo som dos gritos ritmados de “demissão!”.

Assunção Esteves pediu “um minutinho” à ministra e repetiu, por três vezes, aos manifestantes: “Façam o favor de sair!” A polícia retirou rapidamente os manifestantes das galerias, sem mais incidentes.

No seu discurso, a ministra das Finanças defendeu que a estratégia do Governo está a dar resultados, mas alerta que para Portugal recuperar a autonomia perdida vai precisar de um processo de ajustamento que "vai além das condições do programa".

"A perda de autonomia financeira resultou das políticas desadequadas, tomadas de forma soberana, que se traduziram em sucessivos défices orçamentais e externos, foi a causa do pedido de assistência em Abril de 2011 e não a sua consequência. A recuperação da autonomia financeira perdida exige um processo de ajustamento que vai além das condições do programa. Exige o equilíbrio efectivo das finanças públicas, a sustentabilidade do sistema financeiro e a transformação estrutural da economia", afirmou a governante.

Maria Luís Albuquerque voltou a tentar passar a mensagem de que nesta fase final do programa de ajustamento (termina no primeiro semestre de 2014) o esforço tem de prosseguir de forma a não invalidar os esforços e progressos já alcançados.

"A seis meses do final do programa de ajustamento começamos a afastar a excepcionalidade e a perspectivar um futuro mais promissor, não é altura de desistir", disse, acrescentando que o esforço até esta altura é "de grande dimensão, mas que já produziu resultados".


 
 
 
 

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