Empresas portuguesas de Defesa tentam negócios de 50 milhões de euros com Angola

Os governos de Angola e de Portugal assinam na segunda-feira, em Luanda, um protocolo na área da formação militar.

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O ministro da Defesa Nacional José Pedro Aguiar-Branco faz visita oficial a Luanda daniel rocha

Empresas portuguesas do sector da Defesa vão tentar garantir negócios de 50 milhões de euros com Angola no âmbito de uma visita oficial liderada pelo ministro José Pedro Aguiar-Branco a Luanda, que arranca na segunda-feira.

A informação foi transmitida neste sábado à Lusa pelo presidente do Conselho de Administração da idD Portugal (plataforma das indústrias de Defesa nacionais), Eduardo Neto Filipe, que juntamente com cerca de uma dezena de empresas do sector acompanha a visita oficial que o ministro da Defesa Nacional realiza à capital angolana.

"O objectivo desta missão é reforçar a relação comercial e económica entre as indústrias de Defesa portuguesa e a república de Angola. Há um enorme potencial nesta área, nomeadamente, em sectores como a construção e reparação naval, produção de vestuário técnico-profissional e uniformes militares, mas também para as empresas que actuam no mercado das soluções de software", explicou o administrador da idD.

Eduardo Neto Filipe acrescentou que a expectativa é que esta missão "possa representar, a curto prazo, um potencial de negócios para as indústrias de Defesa na ordem dos 50 milhões de euros".

"A promoção das indústrias de Defesa portuguesas em Angola é um trabalho que não se esgota nesta visita e que irá continuar nos próximos meses", garantiu ainda.

Os governos de Angola e de Portugal assinam na segunda-feira, em Luanda, um protocolo na área da formação militar, durante a visita do ministro da Defesa português.

Segundo informação disponibilizada pelo ministério de José Pedro Aguiar-Branco, a visita oficial do governante português a Luanda, segunda e terça-feira, surge a convite do homólogo angolano, o ministro João Lourenço, na qual marcará igualmente presença o navio-patrulha Figueira da Foz, construído para a marinha portuguesa nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo.

No primeiro dia de visita, além da assinatura de um protocolo no domínio de Ensino e Formação Militar, estão previstas reuniões bilaterais, com os ministros da Defesa e dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria.

A componente empresarial da missão portuguesa em Luanda foi organizada pela idD em conjunto com a marinha de Portugal, com as empresas nacionais a exporem os respectivos produtos e serviços, até terça-feira, a bordo do Navio Patrulha Oceânico (NPO) Figueira da Foz, no porto da capital angolana.

A componente naval é precisamente um dos destaques da missão, que integra representantes dos estaleiros públicos do Arsenal do Alfeite, da West Sea (do grupo Martifer, que assumiu a subconcessão dos estaleiros de Viana) e dos Estaleiros Navais de Peniche.

Para além das exposições e apresentações a bordo do navio-patrulha português, as empresas representadas, segundo a idD, já agendaram reuniões com parceiros angolanos.

Nos últimos meses, a idD Portugal informa ter desenvolvido outras missões empresariais à Colômbia, Índia, Abu Dhabi, Brasil e Madrid, bem como acções em Portugal com delegações estrangeiras como a da Argélia, Tunísia, Polónia, Ucrânia, Angola e Moçambique.

A idD estima um aumento das exportações na ordem dos 100 milhões de euros anuais para a economia nacional, como resultado desta promoção.

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