Direcção do PS garante que eleições para Federação de Braga vão decorrer com “normalidade"

Dirigente Miguel Laranjeiro recusou hipótese de as eleições serem adiadas.

O secretário nacional para a Organização do PS, Miguel Laranjeiro, assegurou esta quarta-feira que estão criadas todas as condições para que as eleições para a Federação Distrital de Braga decorram com "normalidade" e recusou o adiamento do ato eleitoral.

"O acto eleitoral decorrerá com normalidade, é preciso serenidade nestas matérias e estão criadas todas as condições para isso acontecer", afirmou Miguel Laranjeiro, em declarações aos jornalistas na sede do PS a propósito de alegadas irregularidades nas eleições para a Federação Distrital de Braga, marcadas para 6 de Setembro.

Insistindo que "estão criadas todas as condições para que, como em todo o país, também na Federação de Braga sejam realizadas as eleições no dia 6", o dirigente socialista recusou a hipótese do acto eleitoral ser adiado e garantiu que as duas irregularidades encontradas foram de imediato corrigidas.

"Seremos implacáveis e irredutíveis e muito firmes no cumprimento de todos os estatutos, todos os regulamentos, todas as normas que estão em vigor", frisou.

Questionado sobre as declarações do candidato às primárias do PS António Costa, que na terça-feira disse esperar que as alegadas irregularidades nas eleições para a Federação Distrital de Braga sejam "rapidamente esclarecidas", Miguel Laranjeiro disse não as ter ouvido.

O secretário nacional para a Organização do PS recordou ainda que a atual direção do partido na alteração de estatutos que realizou teve sempre a preocupação de "aumentar a transparência e o rigor", dando como exemplo que no acto da inscrição como militante agora é necessário apresentar uma fotocópia do bilhete de identidade ou cartão do cidadão, assim com uma prova de residência.

Por outro lado, acrescentou, ao contrário do que acontecia no passado os cadernos eleitorais são encerrados um mês antes das eleições, quando antigamente se podia regularizar a situação das quotas até ao acto eleitoral.

Miguel Laranjeiro lembrou também que, de acordo com os estatutos, o exercício do direito de voto é presencial e o militante tem de levar um documento de identificação civil e tem de rubricar a sua participação no caderno eleitoral.

"Estamos perante um processo transparente, um processo rigoroso e um processo democrático", garantiu.

Questionado sobre a possibilidade de ter ocorrido o pagamento em massa de quotas, o dirigente socialista disse apenas que o pagamento de quotas está regulamentado.

Na terça-feira, o presidente da Comissão Organizadora do Congresso (COC) federativo do PS-Braga assumiu "não haver condições" para eleições "transparentes" para a Federação Distrital socialista por existirem "graves irregularidades" nos cadernos eleitorais provisórios, ligadas ao pagamento "irregular" de quotas a militantes.

Em declarações à agência Lusa, António Ramalho confirmou existirem dois militantes já mortos dados como aptos por "terem as quotas em dia" a participarem nas eleições de 6 de Setembro e mais de 20 queixas de outros militantes que afirmam não terem pago "nada" mas que têm as quotas em dia.

À sucessão de Fernando Moniz, apoiante de António José Seguro, na liderança da federação socialista de Braga concorrem Joaquim Barreto, que já manifestou apoio a António Costa, e Maria José Gonçalves, próxima do actual secretário-geral do PS.

Para poderem votar a 6 de Setembro, os militantes que não pagavam quotas há mais de dois anos tinham que regularizar a situação até 6 de Julho, já os que não pagavam há menos de dois anos tinham até 6 de Agosto para efetuar os pagamentos.

Segundo a COC, regularizaram a situação de quotas em atraso cerca de 40% dos militantes com capacidade eleitoral activa, o que corresponde a cerca de 2200 militantes.

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