Costa diz que não joga para empate

Costa voltou a criticar a proposta de plafonamento da coligação Portugal à Frente

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Paulo Pimenta

O secretário-geral do PS, António Costa, garantiu este domingo que o PS “não está a jogar para o empate” e acusou a coligação PSD/CDS de querer avançar com um “novo corte de 600 milhões de euros nas pensões”, ao discursar na festa de verão do PS do distrito de Vila Real, que decorreu na zona da barragem da Falperra, em Vila Pouca de Aguiar.

Perante centenas de militantes e apoiantes socialistas, o líder do PS afirmou: “Há os que se podem entusiasmar pelos comentadores e jogar para o empate, mas nós, no PS, o que nos entusiasma não são os comentadores, mas são os eleitores. Não jogamos para o empate, jogamos para ganhar.”

E defendeu que a escolha das legislativas tem a “ver com o dia-a-dia de cada português” porque, na sua opinião, “aquilo que a direita diz que vai fazer é muito claro” e tem como "novidade um novo corte de 600 milhões nas pensões dos reformados”.

O secretário-geral acusou ainda o primeiro-ministro, Pedro Passos de Coelho, de ter feito no Governo tudo ao contrário do que prometeu na anterior campanha eleitoral. “Chamo a atenção só para um exemplo muito em particular, na anterior campanha, ele jurou que não cortaria as pensões e cortou-as. Desta vez já se atreve a dizer que vai cortar 600 milhões de euros nas pensões. Imaginem, por isso, o que é que faria se fosse voltasse a ganhar as próximas eleições”, insistiu.

António Costa acusou ainda o PSD e o CDS de, depois de “terem privatizado as empresas públicas”, terem, agora, um novo objectivo que é “atacarem o sistema público de pensões, privatizando parte da receita das pensões para financiar fundos de pensões privados”. E criticando a proposta de plafonamento, acrescentou: “A coligação de direita vem agora dizer que a melhor forma de garantir a Segurança Social para todos é permitir aqueles que mais ganham possam deixar de financiar as pensões, que são necessárias para todos, e utilizar esse dinheiro para financiar fundos privados.”

Para António Costa, “é preciso ser muito claro e não deixar dúvidas de que aquilo que a direita propõe é uma enorme aventura para as pensões de todos”. Acusou ainda a coligação de direita de querer desmembrar o Serviço Nacional de Saúde e ameaçar a escola pública.

O dia do secretário-geral do PS terminou no distrito de Viseu. António Costa começou por visitar a Feira do Vinho do Dão, em Nelas. “Costa Amigo, a malta está contigo” gritaram alguns dos militantes que receberam António Costa com bandeiras e bonés de cartão. Correia de Campos, ex-ministro da Saúde, foi um dos socialistas que acompanhou a comitiva que percorreu a rua principal da feira.

António Costa provou vinho e falou com alguns populares que o abordaram. “Então não vai falar para a malta”, questionou um homem que disse ter ficado “desgostoso” por não ouvir mais palavras do socialista. “Gosto mais de ouvir este do que o outro que só rouba os mais pequenos e os da função pública”, disse enquato batia nas costa de Costa e também lhe dizia “força, força”.

Em concelho liderado pelo socialista Borges da Silva, António Costa acabou por ter de fazer a passagem pela feira à pressa, até porque o programa já estava atrasado e era esperada a sua presença no concelho vizinho de Mangualde, igualmente liderado por um socialista.

Ao longo do dia, Costa apelou à mobilização e ao voto no PS e dramatizou dizendo que a 04 de Outubro em cima da mesa estão “decisões graves” e que “só há um voto seguro e de confiança” para “derrotar este aventureirismo”. E rematou: ”Nós não pedimos um cheque em branco, temos um compromisso escrito e um compromisso de contas feitas.” com Lusa

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