Corrente crítica de Portas chama Monteiro e Ribeiro e Castro

Líder do Movimento Alternativa e Responsbailidade promove encontro de emergência social aberto a militantes e a simpatizantes do CDS-PP.

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Anacoreta Correia (à esquerda) pode disputar a liderança a Portas Paulo Pimenta

Filipe Anacoreta Correia, o democrata-cristão que lidera a corrente crítica a Paulo Portas no CDS, culpa os partidos políticos “por não terem sido capazes de interpretar as aspirações profundas das pessoas” e adverte-os que esta resistência à mudança pode dar lugar ao aparecimento de movimentos extremistas.

“Não havendo abertura à mudança no espaço moderado democrático, o que inevitavelmente irá acontecer é que essa mudança ocorra pela via de forças extremistas”, declarou o líder do Movimento Alternativa e Responsabilidade (MAR), a tendência que há muito luta por mudança dentro do CDS.

Ao PÚBLICO, Anacoreta Correia defende que “tem de haver quem procure afirmar caminhos de mudança no espaço moderado democrático, sob pena de perdemos todos a mão à mudança e estes movimentos acabam por se extremar”.

Pela sua parte, o MAR está organizar um encontro de emergência nacional, que decorrerá em Março, em Lisboa, e conta já com a presença de dois ex-líderes do CDS: Manuel Monteiro e Ribeiro e Castro. Denominada Mudar a bem – Encontro de emergência social, a iniciativa é aberta a militantes e a independentes e o objectivo “é mobilizar as pessoas” para a necessidade de se fazerem mudanças.

“À esquerda assistimos ao aparecimento de movimentos de esquerda e de cidadania e isso não acontece na direita. Creio que existe igual preocupação e vontade de mudança, mas tem havido pouco quem se disponibilize para liderar movimentos dessa natureza”, analisa o dirigente do PP. “Há um desejo de mudança que tem por horizonte uma preocupação de retorno a uma ética que tem de ajudar a repensar as grandes questões que vão desde a economia à sociedade”, pormenoriza Anacoreta Correia.

Afastando qualquer vontade em regressar à vida política activa, Manuel Monteiro esclarece que a sua participação na iniciativa tem um “único pressuposto”: dar a sua colaboração para um debate de ideias.

O ex-líder do CDS também teme pelo crescimento de forças extremistas como já está a acontecer em alguns países e adverte: “Ou a direita conservadora recupera a ideia do Estado nacional como factor de protecção individual, ou então vai ter [de enfrentar] os extremismos, porque na sua linguagem têm respostas para as preocupações diárias das pessoas”.


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