O apoio à coligação na Câmara do Porto para garantir a estabilidade governativa até ao final do mandato autárquico, a regionalização e a abertura do PS à cidade são as três bandeiras de Tiago Barbosa Ribeiro, o novo presidente da concelhia socialista eleito este fim-de-semana por 754 votos.

Substituindo Manuel Pizarro, que abandou aquelas funções para integrar o secretariado nacional de António Costa, uma vez que os estatutos do partido proíbem a acumulação de cargos executivos, Tiago Barbosa Ribeiro tem uma agenda para os próximos tempo e revela que “gostaria de ver o PS vinculado a políticas de esquerda que correspondam, de facto, à expectativa de mudança do país”.

O novo rosto da concelhia do PS-Porto levanta a voz contra o centralismo do Governo e, em declarações ao PÚBLICO, assume que “o PS não irá deixar cair a regionalização". "Iremos mesmo fomentar a questão da regionalização como a verdadeira reforma do Estado”, diz. E para que não fiquem dúvidas, explica que a bandeira da regionalização “não visa transformar a Avenida dos Aliados no novo Terreiro do Paço, mas sim desenvolver todo o Norte do país e não apenas o Porto.

Dando um sinal de abertura do PS à cidade, o novo líder concelhio revela que nas próximas semanas será apresentado o Fórum da Cidade, uma estrutura que vai congregar pessoas dos diversos sectores, das empresas ao mundo associativo, cultural e social.Trata-se – diz – de um contrato com a cidade, que abarcará um conjunto de políticas estáveis.

Manuel Pizarro não poupa elogios ao seu sucessor e afirma que “ao escolher uma pessoa jovem com um percurso profissional autónomo e com uma intervenção política séria e combativa, o PS-Porto deu um sinal de modernidade e acredito que Tiago Barbosa Ribeiro vai ser um líder que vai reforçar a ligação entre o PS e os cidadãos do Porto”.

“Desde o início que que assumiu o compromisso com a actual gestão autárquica. É muito importante que o PS se comprometa relativamente à coligação da Câmara do Porto”, declarou ao PÚBLICO o vereador socialista no executivo portuense, sublinhando que o “PS-Porto dá um sinal de que é uma força de renovação junto do PS nacional”. E acrescenta: “Imagino por muitas razões, também geracionais, que haverá algumas mudanças, sobre tudo a nível da ligação com as pessoas, com os sectores mais jovens da população da cidade”.