António Costa garante pluralidade na Comissão Nacional do PS

Em declarações ao PÚBLICO, Costa sossega seguristas e lembra: “Passei a campanha a dizer que o partido ficaria unido”.

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António Costa quer integrar diferentes sensibilidades do PS nos órgãos nacionais do partido Enric Vives-Rubio

“Obviamente que a lista que proporei para a Comissão Nacional do PS representará o partido em toda a sua plenitude”, declarou António Costa ao PÚBLICO.

O candidato a secretário-geral do PS procurou assim sossegar a inquietação que tem reinado entre os apoiantes do anterior secretário-geral, António José Seguro, quanto ao grau de representação que terão nos órgãos nacionais do partido que serão eleitos no Congresso que se realizará a 29 e 30 de Novembro em Lisboa, uma semana depois de o PS eleger em “directas” António Costa como novo líder.

Entre os órgãos directivos que irão ser eleitos em congresso parece também assente que a presidência do PS passará a ser desempenhada por Carlos César, o antigo presidente do Governo Regional dos Açores. César substituirá Maria de Belém Roseira, que actualmente está a dirigir o PS interinamente, após a demissão de Seguro na sequência da derrota que sofreu nas primárias, a 28 de Setembro.

Em declarações ao PÚBLICO, António Costa frisou ainda que em causa nunca esteve a inclusão de militantes que apoiaram Seguro. E insistindo na ideia de que a unidade do PS é uma preocupação que não descura, lembrou: “Passei a campanha a dizer que o partido ficaria unido.”

O candidato a secretário-geral explicou ao PÚBLICO que as listas para os órgãos nacionais estão a ser preparadas e que esse dossier está nas mãos de Ana Catarina Mendonça Mendes. É a ela que tem cabido conversar com Álvaro Beleza, um dos dirigentes do consulado de Seguro no Rato. As conversas entre Ana Catarina Mendonça Mendes e Álvaro Beleza têm como objectivo precisamente estabelecer quem são os apoiantes de Seguro que irão integrar a nova Comissão Nacional.

Recorde-se que logo após as primárias de dia 28 de Setembro, António Costa recebeu Álvaro Beleza, que integrava o Secretariado Nacional de Seguro. Nesse encontro ficou combinado que o entendimento seria obtido por forma a que os apoiantes de Seguro se sentissem integrados na nova direcção do partido. E ficou ainda estabelecido que as conversações prosseguiriam entre Álvaro Beleza e  António Costa, que delegou esta tarefa em Ana Catarina Mendonça Mendes.

Dessa decisão de entendimento entre os dois grupos que se opuseram nas primárias resultou igualmente uma estratégia de entendimento e de integração dos conteúdos programáticos entre o que foram as propostas de Seguro, nomeadamente as 81 medidas do Compromisso de Confiança que resultaram das conferências Novo Rumo, e o que são os conteúdos da Agenda para a Década de António Costa.

Constituindo a moção de Costa ao congresso, que será apresentada em Lisboa a 6 de Novembro, a Agenda para a Década, coordenada por Maria Manuel Leitão Marques e Mariana Vieira da Silva, irá conter a fusão do que são as propostas de todo o partido.

Foi nesse sentido que se realizou já uma reunião entre os responsáveis pelo LIPP – Laboratório de Ideias e de Propostas para Portugal e dos responsáveis pela Agenda para a Década, no Largo do Rato a 10 de Outubro. A reunião contou com a presença de António Costa, de Maria de Belém Roseira, presidente cessante do PS que interinamente dirige o partido, e a responsável pela Agenda para a Década, Maria Manuel Leitão Marques e o responsável pelas conferencias Novo Rumo, João Carlos Zorinho.

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