D. José Ornelas reeleito presidente da conferência episcopal

Eleito em 2020, o bispo de Leiria-Fátima foi nesta terça-feira reconduzido como representante dos bispos portugueses durante os próximos três anos.

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O bispo de Leiria-Fátima, D. José Ornelas, vai manter-se como representante dos bispos por mais três anos Lusa/Paulo Novais

O bispo de Leiria-Fátima, D. José Ornelas foi nesta terça-feira reeleito presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP). Na vice-presidência mantém-se igualmente o bispo de Coimbra, D. Virgílio Nascimento, confirmando-se assim a aposta na continuidade naquele que é o órgão representativo dos bispos católicos portugueses.

O padre Manuel Barbosa manter-se-á como porta-voz da CEP, de acordo com o comunicado emitido nesta terça-feira, na sequência das eleições para o próximo triénio realizadas na assembleia plenária que decorre em Fátima até quinta-feira. Nesse dia, os bispos vão celebrar uma missa destinada a pedir perdão às vítimas de abuso sexual dentro da Igreja.

No conselho permanente, que se reúne habitualmente todos os meses para preparar os trabalhos e dar seguimento às resoluções tomadas pelo conjunto dos bispos em assembleia plenária, também não há grandes alterações, exceptuando a saída do arcebispo de Braga, D. José Cordeiro, e a correspondente substituição pelo bispo de Aveiro, D. António Moiteiro Ramos.

Eleito presidente da CEP em Junho de 2020, em plena pandemia, D. José Ornelas foi o grande responsável pelo impulso dado ao levantamento histórico sobre os abusos sexuais de crianças no seio da Igreja Católica em Portugal, num esforço que redundou na divulgação do relatório “Dar Voz ao Silêncio”, que estimou que perto de cinco mil crianças tenham sido vítimas daquele tipo de abuso, desde 1950 até à actualidade.

Os abusos sexuais de menores em meio eclesial integram igualmente a agenda de trabalho desta assembleia plenária. No discurso de abertura, D. José Ornelas adiantou que o novo grupo de acompanhamento que será presidido pela psicóloga forense Rute Agulhas terá toda a autonomia para “acolher e acompanhar as vítimas”, bem como para “assegurar o necessário apoio e a possível recuperação dos danos sofridos”.

A nova equipa, cuja composição será votada durante o encontro, irá dispor de uma linha de atendimento e das condições necessárias para o contacto e o acompanhamento pessoal das vítimas, ainda segundo D. José Ornelas, e deverá estar a funcionar “nas próximas semanas”.

Assegurando que a Igreja quer ser “parte activa na resolução deste drama”, o presidente da CEP voltou a pedir perdão às vítimas e asseverou que as atitudes de “conivência e silenciamento” deixaram de ter lugar dentro da instituição.

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