Cristas rejeita visão socialista do Estado como “casa grande para acomodar família”

Líder do CDS-PP diz que o partido é a "única alternativa de direita".

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RODRIGO ANTUNES/LUSA
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Mesmo depois de o primeiro-ministro já ter tentado colocar um ponto final na polémica das relações familiares entre vários membros do Governo, a líder do CDS-PP, Assunção Cristas, parece não querer deixar arrefecer a controvérsia e diz rejeitar a “visão socialista do Estado” como uma “casa grande para acomodar a família”.

Assunção Cristas falava para algumas dezenas de pessoas no encerramento da conferência Ouvir Portugal, que decorreu este sábado em Lisboa, na última conferência de um ciclo de 20 para preparar o programa eleitoral para as legislativas. No discurso, a líder do CDS defendeu que “as pessoas têm de estar no centro” das políticas do partido. “O Estado existe para as pessoas. Rejeitamos uma visão socialista a que vamos assistindo do Estado que é uma grande casa grande para acomodar família”, disse, sem nunca se referir directamente a exemplos de relações familiares no Governo de António Costa. Assunção Cristas considera que “o Estado não pode ser dos partidos”, que isso é motivo para se “levantar” por uma “alternativa de direita em Portugal”.

Colocar o CDS como “alternativa de direita” foi sublinhado, por várias vezes, no discurso da líder do CDS-PP ao definir as linhas mestras do que defende. “Acreditamos na liberdade de escolha em todos os sectores, defendo um Estado Social de parceria”, afirmou. Na primeira fila do espaço da Gare Marítima da Rocha de Conde de Óbidos – onde esteve o ex-líder do CDS Paulo Portas –, Assunção Cristas assistiu à entrega (numa pen) das 120 propostas recolhidas no ciclo de conferências Ouvir Portugal a Adolfo Mesquita Nunes, coordenador do programa eleitoral. A líder dos centristas reiterou que o voto no CDS “não vai parar às mãos de António Costa” e diz que se apresentará aos portugueses com “sonho, rasgo e ambição”. Aos que lhe apontam excesso de autoconfiança, Assunção Cristas responde: “Há quem ache ambição em demasia, eu acho que não”.

A palavra ambição já tinha sido usada pelo orador principal, o presidente do Lloyds Bank, António Horta Osório, quando defendeu o que Portugal precisa de fazer para ficar ao lado de países como a Irlanda. Horta Osório alertou para os riscos na economia, tendo identificado o sector bancário (crédito malparado), o endividamento total do país e a estagnação demográfica.

Sem especificar propostas do futuro programa eleitoral, Adolfo Mesquita Nunes deu o tom geral do documento ao rejeitar o Estado como “empecilho” e ao defender uma “liberalização da economia”. E usou uma imagem sobre a sua visão do que é o Estado actual: “O Estado senta-se todos os dias à nossa mesa e come. Às vezes come muito”.

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