Fogo na Sertã já levou à retirada de 158 pessoas de casa

Incêndios no distrito de Castelo Branco são os que suscitam maior preocupação à Protecção Civil.

Foto
Desde as 00h00 desta segunda-feira registaram-se 91 incêndios florestais em Portugal ENRIC VIVES-RUBIO

O incêndio que deflagrou na Sertã, distrito de Castelo Branco, já levou à retirada de 158 pessoas das suas casas, algumas das quais já regressaram, indicou a Protecção Civil, informando que o fogo lavra com "grande intensidade".

De acordo com a adjunta de operações da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) Patrícia Gaspar, trata-se do fogo que concentra "maior número de meios" e que desperta "maior atenção" - estando a ser combatido por 731 operacionais, auxiliados por 234 veículos e 12 meios aéreos. No decorrer deste fogo, "158 pessoas foram retiradas das suas casas", disse Patrícia Gaspar, referindo que algumas já puderam regressar às habitações durante a manhã, enquanto outras estão ainda a ser deslocadas.

Além do incêndio na Sertã, que deflagrou no domingo à tarde e se alastrou aos concelhos de Mação (distrito de Santarém) e Proença-a-Nova (Castelo Branco), a Protecção Civil tem centrado as atenções noutros quatro fogos - um que lavra também em Castelo Branco, dois no distrito de Bragança e um em Évora.

Sobre a evacuação de aldeias "por precaução" na Sertã, a representante da ANPC precisou que afectou as povoações de Pereiro (26 habitantes retirados), Feiteira (26), Galela (52) e de Roqueira (31).

O combate ao fogo na Sertã tem sido "uma operação muito complexa", declarou a adjunta de operações da ANPC, informando que o trabalho dos bombeiros está a ser "muito condicionada por aquilo que tem sido a acção do vento durante toda a tarde", que tem originado "um comportamento inconstante do incêndio" e tem levado a "um permanente reajuste dos meios no terreno".

A dificultar o trabalho dos bombeiros está também o facto de existirem aldeias e povoamento dispersos na zona do incêndio, pelo que os operacionais no terreno se têm empenhado em garantir "protecção quer às pessoas, quer às habitações". A Protecção Civil espera que "a noite possa constituir-se como uma boa oportunidade para tentar inverter a evolução deste incêndio".

"Temos todos os meios possíveis posicionados nesta ocorrência, esperamos que o trabalho que estão a desenvolver possa vir a dar frutos nas próximas horas", afirmou Patrícia Gaspar. A adjunta de operações da ANPC sublinhou que as condições atmosféricas previstas para as próximas 48 horas "não são animadoras", uma vez que "o vento continuará a soprar forte" e as temperaturas vão aumentar, existindo vários concelhos em risco máximo de incêndio. "Todo o cuidado é pouco neste momento", reforçou a representante da Protecção Civil.

Segundo Patrícia Gaspar, desde as 00h00 desta segunda-feira registaram-se 91 incêndios florestais em Portugal, cinco dos quais continuavam activos às 19h00: dois em Castelo Branco, dois em Bragança e um em Évora.

Em relação aos fogos de Bragança e de Évora, a responsável da ANPC disse que a situação está "a evoluir favoravelmente". Os dois fogos em Castelo Branco são os que suscitam maior preocupação à Protecção Civil. Em Castelo Branco, além do fogo na Sertã mantém-se a lavrar um incêndio em Vale de Coelheiros, devido a uma reactivação registada esta tarde, pelo que estão no terreno "três grupos de reforço empenhados" no combate às chamas, no total de 248 operacionais, apoiados por 80 veículos.

 

Sugerir correcção
Comentar