O número de mortos no acidente com um autocarro de estudantes foi revisto para 13, em vez dos 14 iniciais, segundo informações reveladas pelo conselheiro do Interior do governo regional da Catalunha, que decretou dois dias de luto por causa da tragédia. Outras 44 pessoas ficaram feridas nesta colisão entre um autocarro e um carro na AP-7 no município de Freginals, Tarragona, em Espanha, às 6h deste domingo.

O cônsul-geral de Portugal em Barcelona, Paulo Teles da Gama, afirmou à Lusa que "de momento, não há indicação por parte das autoridades da Catalunha" da existência de vítimas portuguesas. "O que não quer dizer que, no decorrer das próximas horas, e com a evolução dos trabalhos de identificação, não possa surgir essa confirmação", disse.

Segundo a AFP, que cita uma fonte não identificada do governo regional da Catalunha, as 13 vítimas mortais serão todas do sexo feminino. Sabe-se que a bordo seguiam cidadãos de diversas nacionalidades, mas a identidade e proveniência dos que morreram ainda não foram relevadas. A AFP acrescenta, contudo, que as autoridades catalãs entraram em contacto com representações diplomáticas da Alemanha, Bulgária, França, Finlândia, Hungria, Itália, Irlanda, Japão, Noruega, Holanda, Palestina, Peru, Polónia, República Checa, Reino Unido, Suécia, Suíça, Nova Zelândia e Ucrânia.

O autocarro viajava em direcção a Barcelona. Pertence a uma empresa sediada em Mollet del Vallès e transportava jovens que regressavam a casa depois de terem estado em “Las Fallas”, festas típicas de Valência também conhecidas por Festas de São José, já que se fazem em honra de São José, o patrono dos carpinteiros.

"Parece que iam  57 pessoas no autocarro, contando com o motorista", detalhou o conselheiro do Interior da Generalitat, Jordi Jané, no local, numa conferência de imprensa reproduzida por diversos órgãos de comunicação social espanhóis. "Destas 57, morreram 14 [número entretanto corrigido] e 43 salvaram-se, tal como as duas pessoas do turismo [que iam no carro que viajava em direcção a Valência]. Dos 43 sobreviventes, 13 têm ferimentos leves e 30 estão hospitalizados com ferimentos de diferente gravidade."

O diário catalão La Vanguardia adiantou que têm ferimentos graves quatro das oito pessoas que desde as 8h se encontram no Hospital Verge de la conta de Tortosa, em Tarragona, têm entre 22 e 29 anos e são oriundos de Espanha, Suíça, Noruega, Reino Unido, Ucrânia e Turquia.

“Não podemos dar ainda a lista fechada de vítimas mortais, estamos agora a fazê-la, com as respectivas nacionalidades. São de muitos países, já que eram na sua maioria estudantes Erasmus de diferentes universidades", disse Jordi Jané. Além disso, este era apenas o último de cinco autocarros da mesma empresa que transportava os estudantes, quase todos alunos da Universidade de Barcelona.

As causas do acidente permanecem por apurar. As primeiras informações recolhidas pela agência de notícias espanhola EFE indicam que o motorista perdeu o controlo do autocarro, galgando o separador e colidindo com outro veículo, no qual seguiriam dois passageiros. 

Sobre isso, disse Jordi Jané: “Ainda não temos todos os dados, mas tudo indica que o autocarro guinou para a esquerda, moveu-se para o outro lado da estrada, ficou virado em sentido contrário, como se fosse para Valência."  "Tudo me leva a pensar que o acidente foi provocado por factores humanos, mas ainda é cedo para dizer. Nada nos faz pensar é por causa do estado da estrada",disse ainda.

O condutor foi prestar declarações nos "Mossos de Esquadra" de Tortosa.