Promessa é diferente de compromisso?

Depois de duas semanas desastradas do ponto de vista político, marcadas pela polémica dos cartazes, os socialistas resolveram, e bem, recentrar a discussão no que interessa: as propostas que vão a votos a 4 de Outubro. António Costa e Mário Centeno apresentaram o que chamaram o “quanto, o quando e o como” do programa do PS. São contas que materializam em números as propostas eleitorais, num exercício de transparência que se deve aplaudir. Mas, ao assumir que se vai criar 207 mil empregos até 2019, vem logo à mente os cartazes de Sócrates que prometiam a criação de 150 mil empregos, uma promessa de má memória. Costa e Centeno dizem que os 207 mil não é uma "promessa", mas sim um "compromisso”. Porém, a fronteira entre um e outro é ténue. E esta estratégia corre o risco de colocar os portugueses a discutir o ponto de chegada, quando deveriam estar a discutir o caminho. A criação de emprego não se determina por decreto.

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