A Sociedade Portuguesa de Inovação (SPI) e o ISCTE-IUL são os parceiros portugueses responsáveis pela realização do estudo Global Entrepreneurship Monitor (GEM) em Portugal. Os resultados do país serão divulgados após o Verão. Uma tendência que já se notava, diz Douglas Thompson, consultor da SPI, é que os empreendedores portugueses voltam a arriscar na criação de negócios para aproveitarem oportunidades e não tanto por necessidade, como aconteceu mais nos piores anos da crise mais recente.

Como descreveria a posição de Portugal no GEM?
Portugal é identificado como um país de inovação.

Será que os portugueses se vêem como fazendo parte de um país inovador ?
É uma excelente questão. O GEM mostra que os portugueses tendem, em média, a identificar menos oportunidades do que cidadãos de outros países de inovação. Por outro lado, o medo de falhar tem crescido e fica acima dos outros países de inovação.

Por que será que esse indicador é mais elevado por cá?
Penso que está relacionado com outro dado que emerge deste estudo e que tem a ver com as normas sociais. Refiro-me ao facto de certas normas sociais e também a educação, sobretudo nos primeiros anos, não estarem focadas em incrementar a criatividade entre os portugueses. E isso pode ajudar a explicar porque é que em Portugal a percepção de oportunidades está num nível abaixo do que sucede noutras economias que apostam em inovação. O medo de falhar reduziu-se de 2013 para 2014, e está quase em linha com a média europeia, mas essa melhoria não se registou ainda na percepção de oportunidades.