O jovem português Diogo Moreira, 29 anos, desaparecido desde a semana passada em Inglaterra, foi encontrado morto na estação de comboios de Brighton, a cidade onde morava.

O corpo foi encontrado ontem, às 12h15, junto da linha do comboio. Mas a sua identificação só foi confirmada esta manhã pela família, através de uma mensagem numa página no Facebook.

“A família de Diogo Moreira gostaria de agradecer a todos pelo seu esforço na sua procura. O seu corpo foi encontrado ontem em Brighton”, diz a mensagem. “Diogo era conhecido e estimado por todos. Uma marcha em sua homenagem será organizada na próxima semana para celebrar a vida desta pessoa maravilhosa”

Diogo Moreira, funcionário de um café e estudante na Universidade de Brighton, estava desaparecido desde terça-feira, dia 14. Na madrugada desse dia, saiu misteriosamente da casa de um amigo, deixando para trás a carteira com todos os documentos e outros pertences. Amigos, parentes e a polícia estavam à sua procura desde então.

Nessa noite, depois de ter regressado de um festival em Leicester, Diogo Moreira mostrou-se “em baixo” e terá tido um ataque de pânico, segundo Joseph Ashwin – seu chefe no café Redroaster e com quem o português dividia uma habitação. Não era aí, porém, que estava, mas sim em casa de outro amigo, Jovan Popovic. Ashwin disse ao PÚBLICO na terça-feira que, depois do suposto ataque de pânico, Diogo Moreira ter-se-á acalmado e dormiu. Às 4h, porém, quando Popovic se levantou para ir à casa de banho, Diogo já lá não estava, tendo deixado a porta entreaberta.

Amigos seus em Brighton lançaram uma vasta operação para tentar encontrá-lo, distribuindo cartazes e percorrendo vários pontos da cidade. Algumas informações sobre potenciais avistamentos de Diogo Moreira não se mostraram conclusivas ou revelaram-se falsas.

Na quarta-feira, às 12h15, oito dias depois do desaparecimento, um corpo foi encontrado junto à linha do comboio, na estação de Brighton. A casa de Jovan Popovic fica próxima da estação, numa rua mais elevada, o que levou a polícia a suspeitar que se pudesse tratar do português desaparecido.

O corpo estava na base de um talude, num estado que não permitia uma identificação imediata – que teria de ser feita por impressões digitais ou por teste de DNA. 

O caso está a ser investigado pela Policia Britânica de Transportes, cuja assessoria de imprensa não revelou mais pormenores. 

Diogo Moreira nasceu em 1985 e vivia em Inglaterra há vários anos — cerca de oito, segundo um amigo — tendo-se primeiro estabelecido em Cardiff e depois em Brighton. Ali, trabalhava no café Redroaster há cinco anos. Em 2011, foi aprovado no concurso especial de acesso ao ensino superior, para maiores de 23 anos, na Universidade do Porto, para o curso de Ciências e Tecnologia do Ambiente. Mas foi na Universidade de Brighton que acabou por iniciar um curso superior, em Ciências Ambientais e Geologia. Tinha acabado de completar o primeiro ano de curso.