Passos admite que “só por milagre” PSD manteria número de deputados

Para o primeiro-ministro, estes quatro anos ficarão na história do país “pelas melhores razões”. E avisa: o programa da coligação não traz “nem a salvação, nem o inferno”.

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Apesar de insistir na ideia de que o Governo tomou as opções correctas para pôr o país no caminho do crescimento, o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho reconheceu nesta terça-feira, no jantar de fim de legislatura do grupo parlamentar do PSD, que “só por milagre” o número de deputados se manteria nas legislativas: “Nem todos bisarão o seu mandato”, disse, recuperando a frase emblemática que proferiu em 2012 – “que se lixem as eleições” – para reforçar a tese de que não abdicarão da sua visão para o país apenas na “mira” de mais lugares no hemiciclo. Ainda assim, apelou à “prudência” do voto na coligação.

Agora que o país está, segundo Passos Coelho, no caminho do alívio da austeridade e do crescimento, não vão recuar: “Agora que esse prémio está ao nosso alcance, não o vamos desbaratar apenas para poder ter a mira de eleger mais uns quantos deputados, que nunca deixariam de fazer muita falta num parlamento que apoia um Governo que sabe o que quer e aonde quer chegar”, afirmou. Apesar de reconhecer que pode eleger menos deputados, o primeiro-ministro fez um discurso de elogio ao trabalho feito, de tal forma que declarou que estes quatro anos ficarão “na história do país pelas melhores razões”.

O governante frisou ainda a “importância de ser prudente e não andar aos ziguezagues”: “A nossa estratégia não traz nem a salvação, nem o inferno aos portugueses”, afirmou. E acrescentou: “Nunca por nunca trocaremos esta confiança, esta prudência por resultados eleitorais que nos ajudassem a construir uma solução mais do nosso agrado.” Se a coligação vencer as eleições, manterá essa prudência, o que não significa que vá “adoptar medidas mais gravosas”.

Para Passos Coelho, este Governo enfrentou “o período mais conturbado e desafiante dos 41 anos de democracia que vivemos”, um “período cheio de espinhos”, e insistiu que o está em jogo nas eleições legislativas deste ano é o “futuro do país”. Voltou a acusar os socialistas pela herança que deixaram – usou mesmo o nome de José Sócrates para lembrar que foi o ex-primeiro-ministro a pedir a assistência externa – e regozijou-se mais uma vez por ter sido no seu executivo que conseguiu dispensá-la. Isso foi conseguido, admitiu, com “medidas difíceis de tomar e de executar”. Passos Coelho não perdeu ainda a oportunidade de aludir à situação na Grécia, considerando que se não fossem as medidas tomadas por este executivo, o destino de Portugal teria sido viver “sob ajuda externa ou pedir outro resgate”.

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