Sampaio da Nóvoa desafia PS a esclarecer nome do candidato a Belém

Uma vitória nas legislativas “pode atrapalhar mais do que solucionar” se a escolha do candidato presidencial for má.

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Sampaio da Nóvoa tem sido apoiado por alguns socialistas, mas tem o apoio formal do PS, que ainda não indicou qualquer candidato Nuno Ferreira Santos/Arquivo

Sampaio da Nóvoa lançou, indirectamente, um aviso ao Partido Socialista, sugerindo que a escolha do candidato presidencial não é uma questão menor. “As legislativas vão decidir muita coisa, mas as legislativas com uma má escolha do Presidente da República podem atrapalhar mais do que solucionar muitas coisas”.

O candidato a Belém falava num jantar de pré-campanha, em Loulé, no sábado à noite, durante o qual o presidente do município, o socialista Vítor Aleixo, lhe transmitiu o apoio e apresentou dez razões a justificar o motivo por que não espera pela indicação do partido para tomar pública a sua posição.

O autarca afirmou que o “objectivo das legislativas não deve esquecer as presidenciais”. No mesmo sentido, o candidato acrescentou: “É preciso que a vitória das legislativas se prolongue numa batalha e num combate das presidenciais."

Sobre as negociações com o Eurogrupo, Sampaio da Nóvoa apontou a Grécia como um exemplo de uma “Europa que tem os seus próprios interesses”, que vão para além das medidas de austeridade impostas a alguns países: “O campo de futebol parece que está sempre inclinado para um lado, e por muito esforço que façamos parece que estamos sempre do lado daqueles que perdem”, exemplificou.

A dinamização do tecido económico e produtivo é uma das medidas que Sampaio da Nóvoa preconiza para que Portugal reconquiste a "soberania": “Se não criarmos riqueza e ficarmos à espera que alguém em Bruxelas, ou noutro lugar qualquer, resolva os nossos problemas, Portugal morreu.” Do ponto de vista social, lembrou que país vive “uma inaceitável conflitualidade” entre os portugueses – os que têm emprego “ainda que miserável e precário” e os que não têm. “Perdeu-se a ideia de cooperação para tudo assentar na ideia da competição”, enfatizou.

No que diz respeito aos acontecimentos políticos que têm marcado a actualidade, advertiu: “O país não suporta mais a permanente promiscuidade entre política e negócios.” Por isso, manifestou a necessidade de serem tomadas “medidas mais ousadas” para dignificar a vida política. O Presidente da República, disse Sampaio da Nóvoa, “pode ter uma influência imensa sobre essas matérias”.

Ainda nos aspectos que dizem respeito à dívida dos países da zona euro, Sampaio da Nóvoa queixou-se de estar a ser criada "a ideia de que a democracia é um permanente obstáculo à vida normal da economia e das finanças": "Como se tomar decisões, ser soberano, ter ideias diferentes possa ser 'atrapalhador' para o funcionamento de uns mercados quaisquer.”

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